Conheça os principais personagens de Escrava Isaura
A saga de uma escrava branca, vítima da paixão doentia do filho de seu senhor, começou em 1976 e rodou mais de 70 países, entre eles China, Hungria, Cuba e Estados Unidos. Exibida pela TV Globo entre outubro de 1976 e fevereiro de 1977, a primeira adaptação para a telinha do romance de Bernardo Guimarães (1825-1884) teve apenas 100 capítulos e tornou-se o primeiro sucesso internacional da telenovela brasileira. Só na China foi vista por cerca de um bilhão de pessoas. É uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Record TV entre 18 de outubro de 2004 a 29 de abril de 2005 em 167 capítulos, substituindo parte do horário ocupado pelo Cidade Alerta e sendo substituída por Essas Mulheres. É a 1ª novela exibida pela emissora a partir da retomada da dramaturgia naquele ano. Baseada no romance homônimo de 1875, de Bernardo Guimarães, é escrita por Tiago Santiago, com colaboração de Anamaria Nunes e Altenir Silva, direção de Fábio Junqueira, Emílio Di Biasi e Flávio Colatrello Jr. e direção geral de Herval Rossano. Henrique Daniel interpretou o tema de abertura “Luz do Sol que Clareia a Terra” e Rogério Machado o encerramento “Retirantes”, ambas presente na trilha sonora da trama, lançada em 2005. O elenco recebeu consagrações do Prêmio Zumbi dos Palmares e de órgãos argentinos, por ser exibida internacionalmente. A telenovela abrangeu o tema racismo, usando a escravidão como metáfora para difusão de “injustiças e arbitrariedades”. A trama encerrou com 15 pontos de média na medição do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística em São Paulo, índices considerados satisfatórios para a emissora, que determinou uma meta inicial de apenas 7 pontos. Foi elogiada pelas atuações dos atores. Contou com as atuações de Bianca Rinaldi, Leopoldo Pacheco, Théo Becker, Mayara Magri, Jackson Antunes, Patrícia França, Déo Garcez e Maria Ribeiro.
Formato: Telenovela
Gênero:Romance/ drama
Duração: 60 minutos
Criador(es): Tiago Santiago
Baseado: em A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães
País de origem: Brasil
Idioma original: português
Diretor(es): Herval Rossano
Câmera: Multicâmera
Roteirista(s): Anamaria Nunes/Altenir Silva
Tema de abertura: “Luz do Sol que Clareia a Terra”, Henrique Daniel
Tema de encerramento: “Retirantes”, Rogério Machado
Música Henrique Daniel (abertura)/ Dorival Caymmi e Jorge Amado (encerramento)
Empresa(s) produtora(s): RecordTV
Localização: Santa Gertrudes, SP
Emissora original: RecordTV
Formato de exibição: 480i (SDTV)
Transmissão original: 18 de outubro de 2004 – 29 de abril de 2005
Episódios: 167
Programas relacionados: Escrava Isaura (1976)
Escrava Mãe: (2016)
Antecedentes
Em 1875, Bernardo Guimarães escreveu um romance sobre uma escrava branca, que foi publicado no mesmo ano pela editora Casa Garnier sob o título de A Escrava Isaura. Guimarães teve reconhecimento pela obra, que foi um sucesso logo após ser publicada, em parte pelo apelo feminino em razão do sentimentalismo do enredo. O livro toca em pontos abolicionistas, que eram controversos na época e é considerado um marco na literatura abolicionista brasileira. Duas tentativas de filmes baseados na obra de Guimarães foram feitas em 1917 e 1922, mas somente em 1929 a versão muda foi lançada, seguida da versão sonora de 1949 que foi protagonizada por Fada Sontoro. Mais tarde, em 1976, a telenovela Escrava Isaura foi produzida pela Rede Globo. A RecordTV havia encerrado seu núcleo de teledramaturgia em 1974 após Meu Adorável Mendigo, dispensado atores, autores e toda equipe de produção, colocando fim na tradição de produzir telenovelas que trazia desde 1954, o que gerou revolta nos artistas pela diminuição do mercado de trabalho. Em 1977 a emissora produziu uma única telenovela, O Espantalho, à pedido de Ivani Ribeiro, autora da obra que considerada inadmissível o fechamento da dramaturgia, porém após esta a emissora decidiu não reativar seu núcleo. Em 1997 a emissora voltou a produzir algumas telenovelas de baixo-orçamento e de forma independente, recorrendo à produtoras terceirizadas ou utilizando cenários desocupados pelo jornalismo, entre elas Canoa do Bagre (1997), Estrela de Fogo (1998), Louca Paixão (1999) e Tiro e Queda (1999), Vidas Cruzadas (2000) e Roda da Vida (2001), além de algumas séries infantis e minisséries
Bastidores
Com essa novela, a Record, após a malsucedida experiência com Metamorfoses, deixava de terceirizar a produção e reativava para valer o seu núcleo de dramaturgia, investindo pesado em contratações de elenco e profissionais da Globo, na tentativa de não somente tirar o segundo lugar no Ibope do SBT (o que conseguiu) como também enfrentar de igual para igual a Globo, dando início a um período de aquecimento no mercado e maior pulverização da audiência. Exatos 28 anos depois de estrear na Globo, a história da escrava Isaura era retomada em uma nova versão, dessa vez produzida pela Record TV. Porém, o diretor ainda era o mesmo da versão de 1976 Herval Rossano, contratado como diretor geral de teledramaturgia da emissora. Além de A Escrava Isaura, Rossano sugeriu à Record três títulos, entre eles, outro de época. A emissora decidiu pela história baseada no romance de Bernardo Guimarães. Esta é baseada exclusivamente no livro. A outra era pouco livro e muito Gilberto Braga autor do texto da Globo”, explicou Rossano. A julgar pela avaliação que o diretor fez do trabalho anterior, a refilmagem não era só urgente, mas necessária. “Não me lembro de Escrava Isaura, é a novela de que menos gosto. Prefiro Maria Maria de 1978”, afirmou Rossano. “Ela não tem qualidade. Usamos um equipamento inferior. Nos Estados Unidos, eles até perguntaram se a noite brasileira era azul. Puro erro de fotometria. Temos outros recursos técnicos além de estarmos livres da censura, que em 1976 podou muitas cenas. Teremos novos personagens e alguns desfechos diferentes”, garantiu Tiago Santiago que assinou a adaptação ao lado de Anamaria Nunes na época do lançamento da novela. A minha versão tinha quilombos e população afrodescendente com sua própria liberdade. Não tive acesso a nada do original, para não correr o risco de copiar o Gilberto Braga”, disse o autor a Flávio Ricco e José Armando Vannucci em depoimento ao livro “Biografia da Televisão Brasileira”. Rubens de Falco conhecido no mundo todo como o vilão Leôncio da primeira versão de Escrava Isaura voltou neste remake. O ator interpretou o Comendador Almeida, pai de Leôncio. Ele e Norma Blum foram os únicos atores nas duas versões da novela. Bianca Rinaldi, a nova Isaura, foi orientada pelo diretor Herval Rossano a não assistir a nenhuma cena da primeira versão, justamente para construir uma nova personagem. Me agarrei no livro e nos filmes da época para observar o comportamento e os costumes. Além disso, o figurino e o cenário ajudaram muito na elaboração do que estava no papel”, disse a atriz a Flávio Ricco e José Armando Vannucci para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”. A Record anunciou oficialmente que, em uma semana, A Escrava Isaura já havia se tornado o produto mais bem-sucedido de todos os tempos na emissora em termos de Ibope. Comercialmente, a Record também festejou a novela com os anunciantes nos intervalos comerciais. Na terça-feira de Carnaval do dia 08/02/2005, A Escrava Isaura ficou apenas 5 pontos atrás da problemática novela Começar de Novo, a atração das sete da Globo. Enquanto a concorrente deu 24 pontos – número baixo para a emissora no horário, na época , a da Record atingiu picos de 19, com média de 16. Esse índice poderia até ser considerado um fenômeno isolado por causa do feriado, não fosse a audiência que a trama vinha conquistando mês a mês desde que começou, em outubro de 2004. A Escrava Isaura encerrou bem na audiência. A novela alcançou média de 12,8 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Um feito para a emissora, que criou uma nova opção de trabalho para tantos talentos, apostando no difícil e caro filão da teledramaturgia, sempre liderado pela Rede Globo. O sucesso fez A Escrava Isaura ser esticada de 100 capítulos da proposta original para 140, que em seguida ganhou mais 27. As locações externas foram feitas em uma fazenda cafeeira localizada em Santa Gertrudes (SP), com mais de 22 mil m² de construção em arquitetura francesa, contendo casa de colonos, senzala e estação de trem. As cenas internas foram feitas nos estúdios da Record na Barra Funda matriz da emissora em São Paulo , em um espaço de 2 mil m², com cenários e camarins. Os figurinos de época foram feitos sob encomenda, contendo cerca de 2 mil peças. Assim como na primeira versão, a abertura foi ilustrada com gravuras do pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), que morou no Rio de Janeiro no período do Império e retratou personagens e costumes desta época. O famoso tema musical de 1976 o “lerê-lerê”, de Dorival Caymmi e Jorge Amado a música “Retirante“, estava de volta na trilha sonora desta vez não na abertura, mas no encerramento dos capítulos. Primeira novela das atrizes Valquíria Ribeiro e Helena Xavier mãe do autor Tiago Santiago. O novelista Tiago Santiago, por seu trabalho em A Escrava Isaura e Prova de Amor sua novela posterior , foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a revelação na TV em 2005. Em 2016, a Record levou ao ar a novela Escrava Mãe, de autoria de Gustavo Reiz, que contava a saga de Juliana, a mãe da escrava Isaura, até o nascimento de sua filha. Tanto esta quanto A Escrava Isaura possuem, portanto, personagens em comum. A Escrava Isaura é a novela mais reprisada da Record, sempre com bom resultado na audiência. Voltou menos de sete meses após a exibição original entre 15/11/2005 e 10/06/2006, às 22 horas, em 175 capítulos. O final foi diferente. Como haviam sido gravados mais de um desfecho para a trama, na reprise o assassino do vilão Leôncio Almeida (Leopoldo Pacheco) era Rosa (Patrícia França), enquanto na primeira exibição foi o personagem Belchior (Ewerton de Castro). Oito meses após o término da primeira reprise, a Record levou ao ar uma nova reapresentação da novela, entre 29/01 e 13/07/2007, às 14h30.
O canal de TV paga Fox Life exibiu A Escrava Isaura entre 06/10/2014 e 25/05/2015. O canal já havia exibido outra novela da Record: Essas Mulheres. A terceira reprise da novela na Record totalizando quatro com a do Fox Life ocorreu entre 09/01 e 24/07/2017, às 19h30, após o término da exibição inédita de Escrava Mãe, pegando carona no sucesso desta novela, com boa repercussão e audiência acima dos dois dígitos.
Novamente a novela reestreou na grade da Record em 07/10/2019, às 15 horas.
A Escrava Isaura volta à tela da Record TV
Produção
Em 10 de maio de 2004 Herval Rossano foi contratado pela Record TV para reativar o núcleo fixo de teledramaturgia da emissora, inexistente desde o fim Meu Adorável Mendigo (1974), trinta anos antes evitando produções independentes de baixo orçamento feitas nos anos anteriores. Recebendo uma “carta branca” para realizar o que fosse preciso, independente do valor, Herval promoveu uma reestruturação total nos estúdios da emissora em São Paulo, além de investir na compra de equipamentos de última geração dos Estados Unidos e expansão da equipe, que incluía contratação de produtores e técnicos, novos autores e outros já renomados que estivessem infelizes em outras emissoras e novo, além de atores qualificados e que dessem “nome” às produções, oferecendo contratos de longa duração. Ao todo foi gasto em torno de 8 milhões de dólares 24 milhões de reais na época começou a buscar um complexo de estúdios no Rio de Janeiro para que a Record TV pudesse comprar dentro de 1 ou 2 anos, indicando que seria mais fácil contratar novos atores da Rede Globo na capital carioca, onde a maioria morava. O diretor apresentou sete sinopses para a direção da emissora, trazidas de autores independentes, colaboradores da Rede Globo que queriam alçar as carreiras como titulares e livros de impacto cultural que poderiam ser adaptados, decidindo então produzir uma nova versão do romance literário de Bernardo Guimarães após oito dias de reuniões, o qual foi escolhido tanto pela história tida como “bem amarrada”, quanto por confiar que atrairia o público pela memória afetiva da primeira versão televisiva. A história foi adaptada diretamente o livro de 1875 uma obra de domínio público , e não da versão da Rede Globo, tendo o o decorrer da trama diferentes, além da inclusão de outros personagens. Tiago Santiago foi o primeiro autor contratado pela emissora, sendo anunciado como autor da adaptação ainda em maio de 2004Form investidos, para cada capítulo da trama, 250 mil reais Para comemorar os 10 anos de gravação da telenovela “A Escrava Isaura” com o envolvimento da comunidade rio-clarense, o Arquivo Público e Histórico de Rio Claro realizará no dia 15 de setembro uma Conversa Griô com a participação de vários integrantes deste elenco, que contarão as inúmeras histórias do período de filmagens, realizadas na Fazenda Santa Gertrudes. A Conversa Griô está em sua 12ª edição e será realizada na Associação Tamoyo, localizada na Rua 13 com a Avenida 23, no Bairro do Estádio. O evento é aberto ao público. Inspirada no romance de Bernardo Guimarães escrito em 1875, a telenovela “A Escrava Isaura” foi um grande sucesso da televisão brasileira, exibida em quase 80 países e considerada uma das cinquenta melhores novelas de todos os tempos. Sua primeira versão foi produzida pela Rede Globo em 1976 e reprisada pela emissora por cinco vezes. Em 2004, sob a direção de Herval Rossano, a Rede Record lançou uma segunda adaptação do romance, sobre a escrava mestiça de pela branca, que foi um marco na literatura abolicionista brasileira. A Fazenda Santa Gertrudes foi escolhida pela TV Record para abrigar as locações externas das filmagens, por sua arquitetura francesa ainda muito bem conservada e por sua densa história de produtora cafeeira do interior do estado de São Paulo. Além de um cenário ideal, a fazenda oferecia elementos importantes para o enredo da trama. Pela proximidade com Rio Claro, a produtora responsável pela contratação de profissionais contatou o Conselho da Comunidade Negra de Rio Claro, na época presidido por Francisco Quintino, para auxiliar na seleção de artistas e figurantes negros na comunidade local. Entre as antigas casas de colonos, senzala, estação de trem e a sede da centenária Fazenda Santa Gertrudes, atuaram cerca de duzentos rio-clarenses que representaram os personagens escravos. Ao lado de Bianca Rinaldi, Norma Blum, Rubens de Falco, Jakson Antunes e grande elenco renomado, os artistas e figurantes de Rio Claro tiveram significativa participação na novela A Escrava Isaura, que conquistou uma projeção internacional. Foi uma experiência importante para a comunidade negra de Rio Claro que, de alguma forma, refletiu sobre a sua ancestralidade”, diz Kizie de Paula, intérprete de um dos papéis da novela. “Foi bom reviver a história e aprender danças e costumes de origens africanas. Nos sensibilizamos durante as filmagens ao representar esse romance tão marcante”, completa Kizie. Isaura (Bianca Rinaldi) nasce em 1835, na fazenda do Comendador Almeida (Rubens de Falco), em Campos. Ela é filha da bela Juliana (Valquiria Ribeiro), escrava do Comendador, e do feitor da fazenda, seu Miguel (Jackson Antunes). Juliana morre pouco depois do parto, e Isaura é criada e educada por Gertrudes (Norma Blum), esposa do Comendador, que sempre quis ter uma filha. Apesar da excelente educação e de ter a pele clara, Isaura é escrava do Comendador, por ter nascido filha de sua escrava. Depois de contar a história de amor entre a escrava Juliana e o feitor Miguel e o nascimento de Isaura, a trama da novela avança para 1854, quando Isaura tem 19 anos e é uma bela casta donzela. Tudo se complica na vida dela, quando volta para a fazenda o senhor Leôncio (Leopoldo Pacheco), filho do Comendador, que desenvolve uma paixão louca pela linda escravinha. Leôncio é obrigado a se casar por interesse com Malvina (Maria Ribeiro), filha do rico Coronel Sebastião (Paulo Figueiredo). Mas mesmo assim tenta seduzir Isaura, querendo que a donzela seja sua amante. Contudo, todas as tentativas e propostas de Leôncio são sempre rechaçadas pela virtuosa Isaura. Gertrudes tem muita vontade de dar a liberdade à sua querida Isaura, mas morre antes de conseguir realizar este objetivo. Pouco depois da morte de Gertrudes, o Comendador Almeida também morre. Leôncio queima o testamento onde ele deixava a alforria para Isaura e torna-se assim o dono da escrava. A vida de Isaura piora muito com a morte de Gertrudes e do Comendador. Leôncio se torna cada vez mais insistente, e sua paixão secreta pela escrava é descoberta primeiro por Henrique (Gabriel Gracindo), cunhado de Leôncio, que também é apaixonado por Isaura; e logo depois por Malvina, que não demora muito a perceber a obsessão de seu marido pela bela escrava. Por conta dos acontecimentos, Leôncio aparece assassinado, misteriosamente, dentro do seu quarto. O último mês da novela gira em torno do mistério de “quem matou Leôncio?”. Isaura e Álvaro são presos e acusados pelo crime. Mesmo depois de descoberto o verdadeiro assassino de Leôncio, Isaura ainda corre risco, por causa de Branca, que não se conforma em ter perdido Álvaro para ela. Mas a felicidade é o destino do casal apaixonado, e a bela casta Isaura consegue se casar, pura e inocente, com seu amado, no fim da história. É a mesma história de amor, em forma de folhetim, que há mais de cem anos encanta os brasileiros de todas as idades, com acréscimo de poucos personagens, para rechear a trama. Além da história principal, acima descrita, há também na novela o amor de Helena (Fernanda Nobre), a filha caçula do Coronel, por Gabriel (André Fusko), o irmão de Tomásia. Nesta trama, a inspiração é na obra de Romeu e Julieta, de Shakespeare. Além destes personagens, há ainda João (Ivan de Almeida) e Joaquina (Chica Lopes), dois velhos escravos, que ajudam Isaura, como podem, na fazenda; a invejosa Rosa (Patrícia França), escrava como Isaura, que faz tudo que pode contra a mocinha da história e é, na realidade, filha do Coronel Sebastião; o escravo André (Déo Garcês), rapaz de excelente caráter, também apaixonado por Isaura, que foge da fazenda e se torna líder de um quilombo; Bernardo (Christovam Neto), um negro que acha um velho garimpo e se torna um dos homens mais ricos da cidade; e Moleca (Bárbara Garcia), uma escrava apaixonada por André, que rejeita Bernardo e depois se arrepende quando ele fica muito rico. O fundo histórico da novela é a luta pela liberdade dos escravos, ainda no começo da causa abolicionista, no florescimento da cultura do café no Brasil. Entre as duas mil peças do figurino de A escrava Isaura, novo folhetim da Rede Record, com estréia prevista para a segunda-feira 18, às 18h45, as chamadas saia-balão, com seu rodado de inúmeras pregas, são ao mesmo tempo motivo de orgulho e de reclamação do elenco feminino.Orgulho porque, se comparadas às peças usadas por Lucélia Santos na versão global de 1976, as saias de Bianca Rinaldi a ex-paquita escolhida pelo diretor Herval Rossano para viver a escrava branca, educada na casa-grande trazem um rodado mais generoso e fiel à época enfocada pelo autor Bernardo Guimarães. No esforço de criar um padrão Record de qualidade, o farfalhar dos linhos, cetins e veludos é um signo a ser considerado. A parte do sacrifício diz respeito ao desconforto em usar a vestimenta, que, somada às calçolas, saiotes e cintas, chega a pesar 20 quilos. Para manter a estrutura em equilíbrio, é preciso enfiar na cintura uma armação chamada crinolina. Na foto, Bianca e o ator Gracindo, preparando-se para a gravação. Antigamente, explica o figurinista Cesar Dante, um dos inúmeros profissionais que a Record desfalcou da Rede Globo, ela era feita de barbatana animal, bambus e ferro. Agora, foi improvisada com fitas de aço, pesando entre três e quatro quilos. A armação permite que a saia se infle até um diâmetro de 1,20 metro. Imagine, então, a dor de cabeça que tem sido para as atrizes lembrar o texto e passear entre cadeiras, aparadores e prateleiras sem causar estrago na cenografia e na banda sonora. Na sexta-feira 8, enquanto Bianca gravava, no estúdio M, na Barra Funda, em São Paulo, a cena 34 do capítulo 21, o temido aconteceu. Não com a protagonista, mas com Maria Ribeiro, que interpreta Malvina, a mulher do vilão Leôncio, agora encarnado por Leopoldo Pacheco. A cena se passa na cozinha da casa do comendador Almeida, vivido por Rubens de Falco, o antigo vilão no folhetim global. Malvina se queixa a Isaura de que Leôncio só tem olhos para a escrava. No embalo, ao se aproximar de uma cadeira, seu lamento de sinhazinha é interrompido pelo ruído do móvel, jogado para longe sob o peso dos frufrus. No segundo esbarrão, Maria pede a Rossano que mude a marcação. “É foda puxar essa cadeira. Posso sentar antes, enquanto ela fala?” Pedido atendido, mal sabia a atriz que o constrangimento aconteceria horas depois, na cena em que agride com panelas e louças o marido Leôncio. Desta vez, um paneleiro completo é que foi abaixo. As quedas repentinas não causam nenhum sobressalto no tarimbado Herval Rossano, também diretor da novela global, exibida em 79 países e durante muito tempo a mais vendida da Rede Globo. Antes de cada cena, ele passa o texto com os atores e não se sabe se por experiência ou urgência na gravação como um enxadrista define as posições das quatro câmeras digitais Ikegami HD, o máximo em tecnologia televisiva. “Câmera 4 ali, câmera 2 aqui, câmera 3 ali e câmera 1 aqui”, ordena como general, antes de abandonar o estúdio e se dirigir ao switcher, de onde comanda a equipe pelo ponto eletrônico. Ele faz questão de lembrar que A escrava Isaura atual não difere da outra apenas pela presença do artigo no título. “Esta é baseada exclusivamente no livro. A outra era pouco livro e muito Gilberto Braga (autor do texto)”, explica. A julgar pela avaliação que hoje faz do trabalho anterior, a refilmagem aventada no passado pela própria Rede Globo não era só urgente, mas necessária. “Não me lembro de Escrava Isaura. É a novela de que menos gosto, prefiro Maria, Maria”, afirma Rossano, que, no entanto, está utilizando Retirantes, de Dorival Caymmi, o mesmo tema usado pela Globo. “Ela não tem qualidade. Usamos um equipamento inferior. Nos Estados Unidos, eles até perguntaram se a noite brasileira era azul. Puro erro de fotometria.” Segundo Rossano, além das melhorias técnicas que fizeram cada capítulo custar R$ 250 mil , outras estão sendo postas em ação, especialmente em relação ao estilo de interpretação. Mesmo assim, os atores tiveram dificuldade em alguns diálogos mais castiços. Na cena em que é assediada pelo impulsivo Henrique (Gabriel Gracindo), cunhado de Leôncio, Bianca trocou a palavra arroubo por um “quase” palavrão, motivo de riso geral da equipe técnica. Experiente ator teatral, Leopoldo Pacheco esbarrou várias vezes na fala em que repreende o mesmo Henrique, flagrado roubando um beijo de Isaura. “Até parece um fauno, um sátiro agarrando a ninfa”, disse, por fim, na cena de ciúme, que não fica em nada a dever aos acessos do Leôncio do passado.
Acompanhe a história de A Escrava Isaura
Escolha do elenco
Patrícia França, Mayara Magri e Jackson Antunes foram os primeiros atores confirmados na trama em junho de 2004. Originalmente Cleo foi a primeira convidada para interpretar Isaura, porém a atriz recusou, alegando que não estava pronta para o papel central de uma trama, fato este que levou-a a recusar a protagonista de Cabocla, na Rede Globo, na mesma época. Mel Lisboa chegou a ser cogitada, porém a direção não chegou a um consenso sobre sua escalação parte da equipe era contra por achá-la inexperiente e seu nome foi desistido. Bianca Rinaldi, que vinha de duas protagonistas bem sucedidas no SBT, foi convidada por Herval Rossano, sendo anunciada como Isaura. A atriz abriu mão de um papel na novela América, o qual seria para um papel pequeno. Bianca recebeu críticas negativas ao ser anunciada por ser loira de olhos azuis, além de ter a pele bronzeada, diferente da descrição do livro que citava Isaura como “tão branca quanto a Lua”, sendo que a atriz teve que passar por um processo de caracterização, que incluía pintar os cabelos de preto, usar lentes de contato e evitar o contato com o sol meses antes. Lavínia Vlasak foi convidada para interpretar a antagonista Branca, porém recusou pela trama ser gravada em São Paulo, o que lhe faria ter que mudar-se durante meses a atriz aceitaria o convite um ano depois para Prova de Amor, quando a teledramaturgia da Record TV migrou para o Rio de Janeiro. Após o bom desempenho em Malhação, Henri Castelli foi convidado para interpretar o protagonista Álvaro, porém o ator acabou tendo seu contrato renovado com a Rede Globo e sendo escalado para o antagonista de Como uma Onda. Theo Becker foi escolhido para o papel após realizar testes com outros cinco atores, incluindo Miguel Thiré e Caio Junqueira que também foi incluído na trama como Geraldo, melhor amigo do protagonista. Rubens de Falco foi convidado para interpretar Comendador Almeida exatamente por já ter feito parte da primeira versão da telenovela, no qual interpretou Leôncio. Leopoldo Pacheco foi convidado pessoalmente por Herval Rossano por seu destaque no teatro. Isaura (Bianca Rinaldi) Os caminhos e desafios da jovem e bela Isaura para conquistar a liberdade vão comover os brasileiros e contribuir com os resultados de sua campanha. Miguel (Jackson Antunes) O público vai acompanhar com muita emoção, os desafios do corajoso feitor para livrar a filha das maldades de Leôncio e conseguir a tão sonhada alforria. Juliana (Valquíria Ribeiro) Após viver um romance proibido com Miguel, a escrava da Fazenda Engenho do Sol morre após o parto mas deixa uma lição de amor que vai inspirar a família brasileira. Comendador Almeida (Rubens de Falco)
No passado, o dono da fazenda Engenho do Sol perseguiu a escrava Juliana , de quem nutria verdadeira obsessão. O filho Leôncio herdou seu caráter duvidoso e ambicioso que vai surpreender o público. Gertrudes (Norma Blum) A mulher do Comendador Almeida é uma mulher bondosa e generosa. O carinho e atenção que concede à Isaura , a quem cria como filha, vai emocionar a família. Leôncio (Leopoldo Pacheco) O público vai se surpreender com as maldades sem limites do herdeiro da Fazenda Engenho do Sol contra os escravos. Seu maior alvo é Isaura, a quem assedia constantemente. Álvaro (Théo Becker) Os desafios que o jovem abolicionista vai enfrentar para livrar a amada Isaura das garras do vilão Leôncio vão prender a atenção de milhões de brasileiros. André (Déo Garcez) O escravo nutre uma paixão por Isaura e se torna um grande aliado na luta pela liberdade que vai emocionar os telespectadores e garantir visibilidade para sua campanha. Joaquina (Chica Lopes) A família brasileira vai se inspirar com a história de uma das escravas mais antigas da Fazenda. A mãe de criação de Isaura e tia de André é capaz de tudo para defendê-los das maldades de Leôncio . Malvina (Maria Ribeiro) O público vai acompanhar os dilemas da bela jovem ao descobrir que Leôncio, seu esposo, é um homem cruel, insensível e capaz das piores barbaridades contra os escravos da fazenda.
- Cenografia e figurinos
As locações externas foram feitas em uma fazenda cafeeira localizada em Santa Gertrudes, com mais de 22 mil m² de construção em arquitetura francesa que pertenceram ao Barão de Rio Claro e ao Conde de Prates; contendo casa de colonos, senzala e estação de trem, que seriam importantes para o enredo da trama. As cenas internas foram feitas nos estúdios da Barra Funda, que pertencem a Rede Record, em um espaço de 2 mil m², com cenários e camarins. Os figurinos de época foram feitos sobre encomenda, contendo cerca de 2 mil peças; as vestimentas femininas chegavam a pesar cerca de 20 quilos, contendo calçolas, saiotes, cintas e crinolina, que inflava as saias até um diâmetro de 1,20 metro. As gravações começaram dia 27 de julho de 2004. - Personagens
Rubens de Falco como Comendador Almeida A atriz Bianca Rinaldi interpreta a personagem principal, Isaura dos Anjos, filha da escrava Juliana (Valquíria Ribeiro) com o feitor branco Miguel (Jackson Antunes), que sonha com a sua liberdade. Ela pertence ao Comendador Almeida (Rubens de Falco) e Gertrudes (Norma Blum), essa última que é a sua madrinha e lhe deu uma educação esmerada. Isaura despertou em Leôncio (Leopoldo Pacheco), filho do Comendador, uma obsessão doentia por conta da psicopatia, crueldade e egoísmo que vive dentro dele desde pequeno. Ele é casado com Malvina (Maria Ribeiro), que é irmã de Henrique (Gabriel Gracindo) e filha do Coronel Sebastião (Paulo Figueiredo), também pai da escrava Rosa (Patrícia França), que deseja o mal de Isaura e afeiçoa-se a meia-irmã Helena (Fernanda Nobre). Os escravos do Comendador Almeida, André (Déo Garcez), Joaquina (Chica Lopes) e o jardineiro corcunda e de dentes podres Belchior (Ewerton de Castro), que são chefiados pelo feitor Chico (Jonas Mello), amam e protegem Isaura de Leôncio. Tomásia Albuquerque (Mayara Magri), filha de Gioconda (Mirian Mehler) e irmã de Gabriel (André Fusko), se casou com o Conde Campos (Carlo Briani) e tornou-a rica e seu único objetivo é vingar-se de Leônico. Álvaro (Théo Becker), que se apaixona por Isaura sob o nome de Elvira e é um abolicionista, é prometido em casamento a Branca (Renata Dominguez) e é filho de Perpétua (Sylvia Bandeira). Flor-de-Lís (Lígia Fagundes), Margarida (Thaís Lima) e Violeta (Daniela Duarte) trabalham no bordel comandado por Serafina (Maria Cláudia).
A Escrava Isaura – Primeiro Capítulo Completo
Enredo
Isaura nasceu em 1834, na fazenda do Comendador Almeida, na cidade de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro. É filha da bela negra Juliana, escrava do comendador, e do feitor da fazenda, Miguel. Juliana morre pouco depois do parto, pois sempre se negou a ir para cama com o comendador, sendo açoitada no tronco. Isaura, sua filha, é criada e educada por Gertrudes, mulher de Almeida, que desejou ter uma filha. Apesar da excelente educação e de ter a pele muito clara, Isaura é escrava. Em 1854, Isaura tem 20 anos e é uma bela e casta donzela que toca piano, canta, pinta, borda e fala alguns idiomas. Tudo o que ela faz é divinamente belo, o que desperta a inveja doentia de Rosa, uma escrava má e falsa, que já se deitou com todos os homens da fazenda. Tudo se complica na sua vida quando volta para a fazenda do perverso senhor Leôncio, filho do Comendador, que desenvolve uma paixão doentia por Isaura. Ele terá Rosa como sua amante e aliada, que sofre na mão do vilão, mas o obedece e pratica crueldades com sua inimiga. Leôncio é obrigado a se casar por interesse com Malvina, filha do rico coronel Sebastião Cunha, mas continua tentando seduzir Isaura. Todas suas tentativas e propostas são sempre indeferidas pela escrava. Malvina passa a sofrer com agressões de Leôncio e sua brutalidade sexualmente, e no começo desconfia que Isaura tem relações com Leôncio, mas com o tempo descobre a verdade. Gertrudes tenta dar a liberdade para Isaura, mas morre antes de conseguir realizar o objetivo. Pouco depois de sua morte, o Comendador Almeida também morre e é perdoado pela escrava pelas maldades que ele fazia consigo e com sua mãe no passado. Leôncio queima o testamento do pai que concedia a alforria a Isaura e torna-se assim o dono da escrava, para desespero total da mesma, que até é proibida por ele de visitar seu pai. A vida de Isaura transforma-se num inferno. Passa a se vestir feita escrava e fazer todos os trabalhos pesados, além de sempre agredida e sofrer assédio sexual de Leôncio. Ela passa a dormir na senzala e sofrer ainda mais com as crueldades de Rosa. Leôncio torna-se cada vez mais insistente, e sua paixão doentia e secreta pela escrava é descoberta, primeiro por Henrique, seu cunhado, que também é apaixonado por Isaura, e logo depois por Malvina, que não demora muito a perceber a obsessão de seu marido pela escrava. Malvina também descobre que é meia-irmã da escrava Rosa, a qual tem raiva por ela se relacionar com seu marido. Tomásia, que foi amante de Leôncio quando pobre, foi iludida com promessas de casamento e engravidou. Logo após ser abandonada, perde a criança e fica estéril, mas acaba enriquecendo ao se casar com Conde de Campos, que é assassinado por Leôncio. Depois, Gabriel (o irmão caçula de Tomásia) é baleado por Martinho e fica paraplégico, despertando sua sede de vingança. Isaura, com ajuda dos escravos da fazenda, consegue fugir com seu pai Miguel e refugiar-se numa chácara nos arredores de São Paulo, onde adota o nome de Elvira, vivendo longe da cidade. Ela conhece o jovem abolicionista Álvaro mas tenta de toda forma evitá-lo pela sua condição naquele momento. Apesar de tudo, eles começam um relacionamento, escondendo dele que é uma escrava fugitiva. Isaura é descoberta e mandada de volta à fazenda de Leôncio, e sofre ao dobro com os maus tratos do dono e de Rosa, que recebem apoio de Branca, uma moça muito rica que foi prometida a Álvaro desde criança e faz de tudo para separá-los. Leôncio sequestra Isaura e é assassinado com uma facada no coração. Ela é encontrada na cena do crime e com a arma na mão, sendo mandada para a forca logo de seguida. Belchior é o único que conhece a identidade do assassino, revela isso a Martinho, que depois é assassinado juntamente com Raimundo pela mesma pessoa. Na prisão, Isaura é envenenada por Branca, e Alvaro, para a salvar, assume a culpa pelos crimes ao severo Comandante Santana. Quando Álvaro é julgado, Belchior revela quem é o assassino. Então, Álvaro é absolvido. Stella interna a sua filha Branca em um manicômio e depois descobre que seu marido está vivo. Gabriel volta a andar, enquanto, Tomásia e Miguel, adotam um menino. Rosa torna-se livre, mas André não a quer mais. Isaura e Álvaro casam-se e vivem juntos e felizes. Quem matou Leôncio?” O recurso narrativo “Quem matou?” foi usado notoriamente pela primeira vez no Brasil na telenovela Véu de Noiva (1969) da Rede Globo, quando o personagem Luciano (Geraldo Del Rey) se retirou da trama e a autora Janete Clair usou a artimanha para justificar a ausência do ator. A expressão se consagrou após a personagem Odete Roittman de Vale Tudo (1988), também da Globo, ser assassinada e virar assunto no país inteiro e aumentar os índices da trama. O fim do vilão Leôncio na versão de 1976 da Rede Globo, foi fiel ao romance de Bernardo Guimarães, com o personagem se matando após ter percebido que perdeu o amor de Isaura. A nova adaptação da Rede Record optou pelo recurso narrativo “Quem matou?” para subir os índices de audiência e diferenciar as tramas. Antes da novela estrear, em outubro, eu e o Herval Rossano (diretor) já tínhamos pensado em fazer ‘quem matou Leôncio?’ para diferenciá-la ao máximo da primeira versão Este suspense casa muito bem com o Leôncio. Ele é odiado por muita gente. A ideia é despertar ainda mais a curiosidade do público pela história. ” Foi feita uma lista de suspeitos antes mesmo das cenas serem escritas. A partir de uma enquete criada pelo portal Virgulando, acreditavam que o capataz Chico Jonas Mello e a esposa traída de Leôncio, Malvina (Maria Ribeiro), seriam os principais suspeitos de matarem o vilão. Cinco cenas com cinco assassinos diferentes foram feitas e o criminoso foi escolhido pela produção. O personagem Chico foi quem matou Leôncio na primeira exibição da trama, revelado no último capítulo em 29 de abril de 2005. Com a reapresentação da telenovela em 2006, a assassina da vez foi a escrava Rosa (Patrícia França), e na segunda reprise em 2007 foi o jardineiro Belchior (Ewerton de Castro). Na reexibição pelo Fox Life em 2014, a assassina da vez foi Malvina, a esposa traída de Leôncio. Na reprise de 2020, pela Record TV, Malvina foi a assassina da vez. A reexibição de uma das histórias mais famosas da dramaturgia brasileira voltou para emocionar a família e alavancar os resultados da sua comunicação. O público vai acompanhar um importante período de nossa história, onde os barões do café construíam fortuna e o país vivia sob desigualdade social em meio a escravidão. Dentro deste contexto, o público é apresentado a Isaura, criada como filha pela esposa do Comendador, de quem recebeu excelente educação que muito se assemelha às demais jovens da sociedade, exceto pelo fato de ser escrava da família Almeida, como a mãe. Os desafios da jovem para escapar das maldades do vilão Leôncio e conquistar a tão sonhada liberdade vão emocionar o público e abrir espaço para sua campanha chegar ao lar de milhões de brasileiros. A novela se tornou um marco na dramaturgia da RECORD TV. A história, baseada na obra de Bernardo Guimarães, escrita por Tiago Santiago e direção de Herval Rossano, figurou entre grandes produções brasileiras com sucesso de crítica e audiência. Em uma narrativa rica em detalhes, belíssimos cenários históricos e a interpretação de conhecidos nomes da nossa dramaturgia, A Escrava Isaura é sem dúvida a melhor opção para quem quer conquistar o coração da família brasileira e grandes resultados neste ano.
A Escrava Isaura (9/12)
Exibição
Foi a primeira telenovela da retomada da teledramaturgia da Record. Inicialmente, A Escrava Isaura estava prevista para estrear em 27 de setembro de 2004 às 18h30, mas foi adiada para outubro por causa das eleições municipais. Exibida de segunda a sábado, o primeiro capítulo foi transmitido em 18 de outubro de 2004, na faixa das 18h45 pela Rede Record, inicialmente recebendo a classificação indicativa de não recomendada para menores de 12 anos, o que tornaria inadequada para exibição antes das 20h. Entretanto, antes da estreia, acabou sendo reclassificada como livre para todos os públicos. O desfecho foi mostrado no dia 29 de abril de 2005, totalizando 223 capítulos. A abertura era transmitida ao som de “Luz do sol que clareia a terra” de Henrique Daniel, com quadros de desenhos de escravos feitos por Debret. A música “Retirantes” de Rogério Machado encerrava os capítulos da trama. A Record garante que baseou sua “Escrava Isaura” no clássico da literatura brasileira, mas a caracterização dos personagens seguiu à risca o que a Globo exibiu em 1976. Bianca Rinaldi, a Isaura, ficou idêntica a Lucélia Santos. Até a música “Retirante”, de Dorival Caymmi (do famoso refrão “Lerê, lerê”), e as gravuras do francês Jean-Baptiste Debret na abertura foram “copiadas” da novela global, Nova Isaura Bianca Rinaldi não era a primeira opção para protagonizar “A Escrava Isaura”. A Record queria Cleo Pires ou Mel Lisboa, mas a atriz ganhou o papel e foi constantemente comparada a Lucélia Santos, que conquistou fama internacional com a novela da Globo, principalmente pelo figurino idêntico. A nova Isaura, porém, superou as críticas e também foi aceita pelo público, Leôncio mais malvado e sedutor. Outro destaque de “A Escrava Isaura” foi Leopoldo Pacheco, intérprete de Leôncio. O personagem que perseguia Isaura foi imortalizado por Rubens de Falco nos anos 70. A Record “copiou” a caracterização, mas o vilão ficou mais malvado e sedutor na versão, conquistando as mulheres da trama e as telespectadoras. A novela projetou o ator, que foi contratado a peso de ouro pela Globo, Elenco “sumido” Quem assiste a “Escrava Isaura” atualmente pode rever atores que estão “sumidos” da TV. É o caso de Mayara Magri (Condessa Tomásia, na foto), Ewerthon de Castro (Belchior), Patrícia Franca (Rosa de Salles Cunha) e Jonas Mello (Seu Chico, braço direito de Leôncio). Também é possível recordar artistas que já morreram, como Rubens de Falco (Leopoldo Almeida) e Chica Lopes (Joaquina), Concorrência Em 2004, a “Record” lançou “A Escrava Isaura” na faixa das 19h, tomou a vice-liderança do SBT e balançou a Globo, que precisou alterar a novela das sete “Começar de Novo”. De volta às 19h30, a reprise consolidou a audiência da emissora no início da noite e fez o SBT alterar a programação. Atualmente, a trama concorre com o “Roda a Roda”, apresentado por rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos.
Reprises
A primeira reprise de A Escrava Isaura ocorreu entre 15 de novembro de 2005 e 9 de junho de 2006, numa exibição especial para promover a teledramaturgia do canal garantindo bons índices na faixa das 21h da Record com 179 capítulos. A segunda reapresentação da trama foi entre 29 de janeiro e 13 de julho de 2007 às 14h30 com 120 capítulos, substituindo Louca Paixão. Depois de sua reformulação, o Fox Life, canal de TV pago, comprou a trama e a exibiu na íntegra entre 6 de outubro de 2014 e 25 de maio de 2015. O canal já havia exibido outra novela da Record: Essas Mulheres foi transmitida pelo mesmo em 2007. Em 2017, devido aos excelentes resultados obtidos por Escrava Mãe novela original que contava a história da mãe de Isaura a Record TV decidiu adiar a substituta, Belaventura, e escalou a terceira reprise de A Escrava Isaura para substitui-la como forma de continuar exibindo toda a história. A terceira reprise da novela foi exibida na emissora original entre 9 de janeiro e 24 de julho de 2017 às 19h30 com 141 capítulos. Foi reprisada pela quarta vez por sua emissora original de 7 de outubro de 2019 a 18 de agosto de 2020 com 223 capítulos, substituindo Bela, a Feia e sendo substituída por Escrava Mãe às 15h, se tornando a telenovela mais reexibida pelo canal. Exibição internacional
Internacionalmente, foi exibida pela RTP em Portugal em 2005, na Venezuela pela Venevisión em 2005, no Chile pela Chilevisión em 2006, na República Dominicana pela Tele Antillas em 2006, Telefé na Argentina em 2006, pela Telemundo nos Estados Unidos em 2007, WAPA-TV em Porto Rico em 2008,na Bolívia pela Rede Unitel em 2012 e vendida ainda para Guatemala, Nicarágua e Peru. Já em 2016 foi exibida, à tarde, na Correio da Manhã TV.
Repercussão
Escrava Isaura recebeu críticas positivas dos jornalistas especializados. Jockisan, da revista Recreio, foi enfático ao dizer que a novela é “um exemplo de como fazer uma novela de qualidade”, declarando que ela tinha bons cenários internos e externos, “ótimos atores e um ótimo figurino”. Jockisan também elogiou o texto, dizendo que “parece poesia” e “uma aula de história“, além de disseminar a cultura africana: “Tem muitas questões históricas que podemos observar e aprender em A Escrava Isaura, e que com certeza foram objeto de pesquisa de toda a equipe para fazê-la e torná-la mais próxima da realidade da época”. Cristina Padiglione, do O Estado de S. Paulo, disse que a trama consegue aliar os elementos que derem certo na primeira versão com os recursos técnicos de 2004, declarando que “o texto é redondinho, com diálogos plausíveis” e que “Fazer novela fora da Globo, como diria a letra de Retirante, ‘é difícil como o quê'” pelas altas expectativas que se colocam em todo produto fora da emissora líder. A jornalista ainda elogiou as atuações de Rubens de Falco e Leopoldo Pacheco, mas notou que seria difícil para Bianca Rinaldi afastar as comparações com Lucélia Santos. Bia Abramo, da Folha de S.Paulo, elogiou a trama e declarou que era uma boa opção à concorrente Começar de Novo, descrita como “fraca” e “sem brilho especial” e dizendo que seria facilmente “engolida à medida que o remake do folhetim engrene”.nota 1 Amelia Gonzalez, do jornal O Globo pertencente à Rede Globo, principal concorrente da telenovela foi negativa em torno das fortes cenas de massacre contra os escravos na trama, chegando a comparar com programas policiais vespertino: “A cena da morte da escrava Juliana no tronco, sangrando por todos os lados, era dispensável, sobretudo levando-se em conta o horário” Gonzalez também tocou no ponto dos figurinos da trama, mas elogiou algumas cenas que mostravam como foi a escravidão naquele tempo: “O incêndio no quilombo, os escravos trabalhando na plantação de café ou empurrando carrinhos de obras na praça da cidade remeteram, aí sim belamente, a uma época da qual os humanos não têm muito que se orgulhar.
Audiência
A meta divulgada para A Escrava Isaura foi de 7 pontos de audiência, medida pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE).O programa policial Cidade Alerta, que ocupava o horário da trama na época, tinha seu final decretado com o início desta, mas foi adiado por ter uma audiência satisfatória de 8 pontos para a Record, dividindo o horário com a trama. O primeiro capítulo estreou na vice-liderança com 12 de média e picos de 14,2 pontos, a concorrente Começar de Novo caiu cinco pontos na Grande São Paulo. No segundo dia marcou 13, no terceiro voltou para os 12, subindo a audiência da Record para 8 no Rio de Janeiro e 19 no Recife. Em outubro de 2004, a novela conseguiu aumentar em 50% a audiência da Record na faixa das 19h, e o número de televisores ligados em São Paulo subiu de 63% para 67% no seu horário de exibição. Em dezembro, já marcava 14 de média e 17 pontos de pico. Em janeiro de 2005, A Escrava Isaura era assistida por 19,9% dos telespectadores em São Paulo, fechando a média mensal com 12,2 pontos. Em fevereiro, aumentou para 21,6% e fechou com 13,6 pontos; os meses de março e abril fecharam com média de 15 pontos e participação dos telespectadores de 23%. Em Salvador, foram somados 14 pontos de média e 22,3% de baianos assistindo a trama, já no Recife, os números dobraram para média de 24,7 com 38,4% de telespectadores ligados na Record no horário. Na terça-feira de Carnaval do dia 8 de fevereiro, A Escrava Isaura ficou apenas 5 pontos atrás novela Começar de Novo da Rede Globo. Enquanto a concorrente deu 24 pontos número baixo para a emissora no horário, na época , a da Record atingiu picos de 19, com média de 16. O último capítulo marcou 19 de média e 23 pontos de pico. A trama encerrou com 15 pontos de média na medição do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística em São Paulo, índices considerados satisfatórios para a emissora, que determinou uma meta de 10 pontos. A primeira reprise em 2005 teve média geral de 7 pontos, alavancando os índices do horário nobre. A segunda em 2007 fechou com 5 pontos, a terceira em 2017 teve 10 pontos, mantendo os altos índices da antecessora. Em alguns capítulos chegava a 13 de pico, ultrapassando a então inédita O Rico e Lázaro e a quarta reprise em 2019 esteve no ar com média geral de 7 pontos, o mesmo melhor número geral da meta de 7 pontos no primeiro horário de reprises da emissora, ficando atrás apenas da antecessora Bela, a Feia, um dos maiores sucessos das tardes. O penúltimo capítulo da novela A Escrava Isaura registrou a maior audiência da trama até aqui durante a reprise vespertina na Record. A Globo ficou em primeiro lugar, bem perto, e o SBT amargou o terceiro lugar. De acordo com os dados prévios do ibope na Grande São Paulo, o penúltimo capítulo de Isaura bateu recorde de audiência com 10.2 de média, 11.6 de pico e 19.0% de participação nos televisores ligados na última segunda-feira, 17. Reprise da novela A Escrava Isaura está na reta final e registrando ótimos índices de audiência para a Record (Créditos: Reprodução) Reprise da novela A Escrava Isaura está na reta final e registrando ótimos índices de audiência para a Record Créditos Reprodução. No mesmo horário a Globo liderou com 12.2 pontos de média, o SBT ficou em terceiro com 4.2 pontos de média, exibindo o Triturando, e RedeTV! empatou com a Band em 2 pontos. Apesar de alta na audiência, a reprise chegará ao fim nesta terça-feira, 18. Ao mesmo tempo em que anovela protagonizada por Bianca Rinaldi e Théo Becker chegará ao fim, a Record colocará no ar outra reprise: Escrava Mãe, que contará a história da mãe de Isaura. Antes de tudo, a emissora paulista está visando os índices de audiência na faixa. A audiência da terceira reprise da novela “A Escrava Isaura” continua surpreendendo muita gente. Com altos índices, o folhetim vem marcando mais que o dobro dos índices do SBT no horário, que exibe o principal telejornal da casa, o “SBT Brasil”. Tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, o resultado é maior do que o esperado, e no capítulo desta quinta-feira (20), exibida entre 19h41 e 20h45, a média foi de nada menos que 12 de média, pico de 14 e share de 16% na Grande São Paulo. Enquanto isso, o SBT fechou com apenas 7 na mesma faixa. Já na capital carioca, o resultado foi mais que o dobro da terceira colocada, 14 pontos de média, 17 de pico e 21% de participação (televisores ligados), enquanto o SBT ficou com apenas 6. capítulo de A Escrava Isaura que foi ao ar nesta quarta-feira, dia 08/04, ficou em segundo lugar absoluto nas audiências de São Paulo e Rio de Janeiro, obtendo larga vantagem nas duas praças. O folhetim, escrito por Tiago Santiago e com direção-geral de Herval Rossano, foi exibido das 15h16 às 16h. No Rio de Janeiro, a novela fechou média quatro pontos superior à da terceira colocada, conquistando sua melhor audiência do ano: 9,6 pontos! O pico atingiu 11 pontos, e o share foi de 16%. A terceira colocada ficou com 5,6 pontos de média. Em São Paulo, a trama registrou 7 pontos de média, 10 pontos de pico e 12% de share. Foi vice-líder isolada com três pontos de vantagem: a terceira colocada ficou com 4 pontos de média.
Criticas
Por que “Escrava Isaura” continua encantando? O remake, que estreou em outubro, conquistou rapidamente o segundo lugar do horário, abalou a fraca “Começar de Novo” e já está sendo exportada para Portugal. Como é que o melodrama malcosturado de Bernardo Guimarães sim, o romance do qual se originam ambas versões é um livreco de segunda categoria- conseguiu gerar duas adaptações tão bem-sucedidas? Claro, há que guardar as proporções. A de 1976, adaptada por Gilberto Braga e dirigida por Herval Rossano, foi um fenômeno televisivo, o primeiro e maior da TV brasileira: foi exibida em mais de cem países, vista por milhões de espectadores etc. A de 2004 vem fazendo um sucesso bem mais modesto, em comparação, mas ainda assim integra o reduzido time das poucas novelas capazes de fazer frente ao monopólio da Globo: na verdade, a única neste ano. Embora o mesmo diretor esteja nos dois projetos, quase 30 anos separam as duas novelas e um abismo entre os dois brasis que estavam no ar nessas datas. Mas é curioso que uma certa sensibilidade em relação ao passado escravocrata se mantenha nesses dois momentos. Nos anos 70, a injustiça do destino de Isaura -perseguida pelo senhor autoritário, subtraída daquilo que tinha por “direito” de ser branca e criada dentro da casa, apesar de escrava, vítima da arbitrariedade- de alguma forma reverberava na sensação de opressão que se vivia sob o regime militar. O sofrimento de Isaura assemelhava-se ao de todos e, portanto, a escravidão servia como metáfora. Em 2004, as injustiças e as arbitrariedades estão todas mais difusas, embora a sensação de vitimização permaneça. A falta de inimigos claros ou a profusão de coisas e pessoas perseguidoras traz uma nostalgia de um adversário único, mau até a raiz dos cabelos, que se possa odiar com intensidade e combater com paixão. Novamente, a escravidão serve como metáfora de sentimentos difusos. Em qualquer dos casos, a enormidade da questão racial se oculta na metaforizarão da opressão. Penalizar-se por uma escrava branca -e por uma sensacional ironia, a protagonista da versão 2004 chama-se justamente Bianca, atormentada por um senhor que a deseja e que não respeita a virtude da moça é uma maneira cômoda e sentimental de revoltar-se com o absurdo da escravidão desde que personificada por uma moça boa e branca, mantendo todos os preconceitos de pé. Isso sem falar na qualidade quase que apressada do texto original cheio de passagens abruptas, mal explicadas e de personagens bidimensionais que o tornam um prato cheio para as liberdades que, necessariamente, uma adaptação tem de tomar. Embora o disfarce já venha lá do século 19, a trama rarefeita do texto permite que, a cada momento, assuma os contornos mais apropriados. A Record exibe a partir desta segunda-feira (9), na faixa das 19h30, a reprise de um de seus maiores sucessos, “A Escrava Isaura”. Escrita por Tiago Santiago e transmitida originalmente em 2004, a trama dará continuidade a inédita “Escrava Mãe”, que conta a história da origem de Isaura. Baseado na obra de Bernardo Guimarães, apesar de ter semelhanças com a versão produzida pela Globo, o folhetim reserva muitas histórias e curiosidades de seus bastidores. Confira algumas dessas particularidades neste especial do RD1. A atuação de Bianca Rinaldi agradou não apenas o público, mas também a crítica especializada. A atriz, que na época havia atuado em “Pícara Sonhadora” e “A Pequena Travessa”, ambas do SBT, não foi a primeira opção da direção para o papel de Isaura. Herval Rossano havia pensado em Cleo Pires e Mel Lisboa para a personagem, mas as negociações com as atrizes não avançaram. Em outubro de 2004, a direção de “A Escrava Isaura” foi surpreendida com uma intervenção da Igreja Universal do Reino de Deus em uma das cenas da história que continha um presépio no cenário. O veto ocorreu na edição, deixando a cena gravada semanas antes com um erro de continuidade. O diretor artístico da produção, Herval Rossano, também revelou ao jornal “Folha de S.Paulo” que a trama não podia exibir santos, mesmo quando Isaura se casou em uma igreja católica. “Eles deixavam mostrar só a cruz, sem o Cristo. No casamento, tivemos que pedir ao padre da igreja da fazenda Santa Gertrudes, no interior de SP para retirar as imagens de Nossa Senhora do altar”, conta. Cultos afro-brasileiros também foram retirados do texto da novela. “No começo da novela, tinha búzios e macumba na senzala. Pediram para não colocar mais”, revelou Rossano. A Record, na época, negou as acusações do diretor, afirmando que “não houve qualquer cerceamento religioso e que as gravações seguiram estritamente o que foi escrito pelo autor Tiago Santiago”. A Record sempre fez questão de dizer que “A Escrava Isaura” era uma adaptação do livro homônimo de Bernardo Guimarães e não um remake da trama produzida pela Globo em 1976, apesar de ter contratado o mesmo profissional que dirigiu a versão da concorrente. O autor Tiago Santigo chegou a afirmar que nem havia assistido a trama de Gilberto Braga, mas não convenceu a atriz Lucélia Santos, que interpretou a Isaura na novela global. “Vi o primeiro outdoor da trama e tomei um susto, pensava que era eu ali. A roupa, a peruca, o crucifixo, tudo igual à primeira versão”, disse. A crítica também apontou muitas semelhanças entre as duas protagonistas. Outras referências artísticas também foram repetidas, como a canção “Retirantes” famosa pelo refrão “lerê, lerê”. O ator Rubens de Falco, que interpretou Leôncio na primeira versão, fez o pai do personagem, o Comendador Almeida, na adaptação da Record. O protagonista do remake, vivido por Leopoldo Pacheco, teve a oportunidade, portanto, de atuar com o primeiro intérprete de seu personagem. A Escrava Isaura” foi um divisor de águas na história da dramaturgia da Record. A trama substituiu “Metamorphoses”, considerado o maior fracasso da emissora, e se deu bem ao enfrentar a malsucedida “Começar de Novo”, da Globo. A novela teve média de 13 pontos, chegando a 19 em seu último capítulo, deixando a Record no segundo lugar isolado em audiência e assustando a Globo. Em 2005, em sua primeira reprise, na faixa das 21h, a trama também garantiu o segundo lugar no ranking das emissoras, com 9 pontos de média, um crescimento de quase 100% em relação à série “O Mundo Perdido”, que era exibida no horário. Com a audiência crescente, o folhetim tirou pontos de “Belíssima”. Com um orçamento de quase 250 mil reais por capítulo praticamente o mesmo investimento das novelas da Globo na época, “A Escrava Isaura” também foi sucesso de faturamento, chegando a ser vendida para países como Venezuela, Portugal, Índia, Paraguai, Colômbia, Uruguai e Argentina logo nos seus primeiros meses de exibição. O interesse de canais estrangeiros trouxe ânimo à Record, que começava a planejar investimentos milionários para turbinar a sua dramaturgia. No total, “A Isaura Isaura” foi exibida em mais de 30 países. Recurso usado há décadas na dramaturgia brasileira, o “Quem matou?” esteve presente no remake de “A Escrava Isaura”, com a misteriosa morte de Leôncio. Como acontece tradicionalmente, uma lista de suspeitos foi montada antes de o personagem morrer. O capataz Chico (Jonas Mello) foi o responsável por tirar a vida do protagonista. A revelação não foi uma grande surpresa, já que o personagem era de fato o maior suspeito pelo crime. Na reapresentação da trama, em 2006, a Record optou por mudar o assassino, e a escrava Rosa (Patrícia França) foi quem tirou a vida do senhor do engenho. Na reprise do folhetim pelo Fox Life, em 2004, um outro final foi exibido, desta vez com Malvina (Maria Ribeiro), a esposa traída, assassinando Leôncio. Todos esses finais já haviam sido gravados em 2004, como forma de despistar a imprensa. No romance de Bernardo Guimarães, Leôncio comete suicídio no último capítulo, como foi retratado na versão de 1976.
Elenco Atriz, ator / Personagens
- Bianca Rinaldi /Isaura dos Anjos Sales / Elvira Vaz
- Leopoldo Pacheco /Leôncio Almeida
- Théo Becker /Álvaro Mendonça
- Renata Dominguez/ Branca Villela
- Patrícia França /Rosa Silva Cunha
- Mayara Magri /Tomásia de Melo Albuquerque Xavier dos Anjos, Condessa de Campos
- Jackson Antunes /Miguel Sales / Anselmo Vaz
- Maria Ribeiro/ Malvina de Salles Cunha Almeida
- Caio Junqueira /Geraldo Villela
- Gabriel Gracindo/ Henrique de Salles Cunha
- Paulo Figueiredo /Coronel Sebastião Cunha
- Ewerton de Castro /Belchior Araújo
- Jonas Mello /José Francisco (Chico)
- Déo Garcez /André Batista
- Fernanda/ Nobre Helena de Salles Cunha
- André Fusko /Gabriel Albuquerque
- Lugui Palhares/ Dr. Diogo Lemos
- Miriam Mehler /Gioconda de Albuquerque
- Sílvia Bandeira /Perpétua Mendonça
- Aldine Müller /Estela Villela
- Odilon Wagner /Comandante Leopoldo Santana
- Chica Lopes /Joaquina da Conceição (Nhá Joaquina)
- Ivan de Almeida /João Batista (Tio João)
- Paula Lobo Antunes/ Aurora Amaral
- Fábio Junqueira/ Dr. Paulo Pereira
- Maria Cláudia/ Madame Serafina
- Daniela Duarte/ Violeta
- Lígia Fagundes/ Flor-de-Lís
- Thaís Lima/ Margarida
- Rômulo Delduque /Raimundo
- Cláudio Curi /Martinho Soeiro (Capitão do Mato)
- Rodrigo Zanardi /Soldado Aloísio Guimarães
- Daniel Alvim/ Soldado Rosauro
- Bárbara Garcia/ Nipalesa (Moleca)
- Christovam /Neto Bernardo
Participações especiais Atriz, ator / Personagens
- Rubens de Falco /Fernando Almeida (Comendador Almeida)
- Norma Blum /Gertrudes Almeida
- Carlo Briani /João Alberto Xavier dos Anjos, Conde de Campos
- Milhem Cortaz/ Manuel da Mota Coqueiro, a Fera de Macabu
- Valquíria Ribeiro /Juliana dos Anjos
- Aldo Bueno /Kamau dos Anjos
- Gilbert Stein /Promotor Eurípedes
- Serafim Gonzalez /Juiz Gomes
- Diogo Oliveira /Ariski
- Blota Filho /Padre Marciolino
- Luiz Baccelli /Padre Eurico
- Luiz Carlos de Moraes /Dr. Quintana
- Ciro José/ Benedito
- Ailene Gouveia /Gisela
- Matheus Palota/ Pedrinho
- Rayana Vidal /Isaura dos Anjos (criança)
- Guilherme Rodrigues /Leôncio Almeida (jovem)
- Lucas Pappi/ Leôncio Almeida (criança)
Música
O tema de abertura da telenovela, “Luz do Sol que Clareia a Terra”, é interpretado pela cantor Henrique Daniel. A trilha sonora conta ainda com cantores como Chitãozinho & Xororó, por “Sinônimos” com participação de Zé Ramalho, Mara Maravilha por “O seu amor” e Fafá de Belém por “Nem às paredes confesso”. Tais canções foram incluídas em um CD, cuja produção recaiu toda a Henrique Daniel.O tema de encerramento, “Retirante”, seria de início a canção tema de abertura da trama, por ter sido reproduzida na entrada da primeira versão da Rede Globo em 1976, com novos arranjos, na voz principal de Rogério Machado e backing vocal por Luana Cossetti.
- Sinônimos”/ Chitãozinho & Xororó e Zé Ramalho Isaura e Álvaro
- Luz do Sol que Clareia a Terra” /Henrique Daniel Abertura
- Impossível Acreditar que Perdi Você” /Simony Malvina
- Viver Longe de Você não Dá” /Guilherme & Santiago Helena e Gabriel
- Jardim da Fantasia”/ Jackson Antunes Tomásia e Miguel
- O Seu Amor”/ Mara Maravilha Helena e Diogo
- Sol de Primavera” /Beto Guedes Geral
- Nem às Paredes Confesso” /Fafá de Belém Isaura
- Último Romântico” /J. Neto Geraldo
- A Paz” /Max Viana Geral
- Amar É Isso” /Leonardo Sullivan Henrique e Aurora
- Retirantes” /Rogério Machado Escravos
Fotos