Curtindo a Vida Adoidado

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No último semestre do curso do colégio, Ferris Bueller (Matthew Broderick) sente um incontrolável desejo de matar a aula e planeja um grande programa na cidade com sua namorada (Mia Sara), seu melhor amigo (Alan Ruck) e uma Ferrari. Só que para poder realizar seu desejo ele precisa escapar do diretor do colégio (Jeffrey Jones) e de sua irmã (Jennifer Grey )

O ator Ferris Bueller’s Day Off (bra: Curtindo a Vida Adoidado; prt: O Rei dos Gazeteiros) é um filme americano de 1986, dos gêneros comédia adolescente e aventura, dirigido por John Hughes, considerado “o mestre dos filmes adolescentes dos anos 1980”.
O filme, trata de um jovem que, para aproveitar a vida, mente estar doente para faltar aula junto com sua namorada e o melhor amigo, é visto pela crítica moderna como um clássico e um paradigma do cinema da década de 1980, adorável de ser uma obra cinematográfica que o espectador não cansa de rever – muito embora a maior parte das apreciações tenha sido negativa. A interpretação de Matthew Broderick, foi  escolhido pessoalmente por Hughes para o papel, e depois indicado ao Globo de Ouro de 1987 na categoria de melhor ator em comédia / musical pelo seu trabalho, foi  elogiado por críticos brasileiro o Rubens Ewald Filho, que a têm  o melhor trabalho do ator.
Em 2006, a Veja uma revista brasileira, comentou o lançamento do DVD do filme, vinte anos depois da sua estreia, disse ser uma obra definitiva e insuperável no estilo, e que não envelheceu: todo o tempo festeja a alegria de viver, em cenas antológicas.
Para Peter Reiher, as cenas de sala de aula justificam o preço do ingresso: fazem-no lembrar os tempos de escola, quando todos enfrentam aulas chatas e professores enfadonhos.

Informações Gerais

    Ferris Bueller’s Day Off
curtindo a vida adoidadoCartaz original para os cinemas
No Brasil: Curtindo a Vida Adoidado
Em Portugal: O Rei dos Gazeteiros
Estados Unidos: 1986
Duração: 102 min
Direção: John Hughes
Produção: John Hughes
Tom Jacobson
Produção executiva: Michael Chinich
Roteiro: John Hughes
Elenco: Matthew Broderick
Mia Sara
Alan Ruck
Jeffrey Jones
Jennifer Grey
Charlie Sheen
Kristy Swanson
Edie McClurg
Cindy Pickett
Lyman Ward
Gênero: comédia
aventura
Música: Ira Newborn
Arthur Baker
John Robie
Direção de fotografia: Tak Fujimoto
Figurino: Marilyn Vance
Edição: Paul Hirsch
Distribuição: Paramount Pictures
Lançamento: Estados Unidos 11 de junho de 1986
Brasil 19 de dezembro de 1986
Reino Unido 13 de fevereiro de 1987
Portugal 27 de janeiro de 1987
Idioma: inglês
Orçamento: US$ 6 mihões
Receita: US$ 70.136.369
Cronologia: Ferris Bueller

Enredo

O estudante do ensino médio Ferris Bueller quer um dia de folga da escola e criou um plano incrivelmente sofisticado para conseguir isso. Ele convence seu amigo Cameron a levar a premiada Ferrari de seu pai e com sua namorada Sloane passar o dia passeando na cidade. Enquanto eles estão absorvendo o que a cidade tem para  oferecer, o diretor da escola Ed Rooney está convencido de que Ferris está, não pela primeira vez, matando o dia e está decidido a pegá-lo. Ferris previu isso, para desgosto de Rooney. Escrito por garykmcd
Toda a história do filme passa-se na cidade norte-americana de Chicago; era o dia 5 de junho de 1985. Ferris Bueller é um jovem aluno do último ano do colegial e pretende faltar às aulas naquele dia de sol. Assim, finge estar doente, enganando os pais, mas não a irmã Jeanie (Jean/Shauna), que se revolta com o sucesso dos ardis do garoto.
Logo que Ferris fica sozinho em casa começa a a prepara seu quarto para simular sua presença em casa, e liga para  seu melhor amigo, o hipocondríaco Cameron Frye, para ir  buscá-lo em casa. Enquanto isto o Diretor do colégio, Ed Rooney, telefona para a Srª Katie Bueller para saber porque filho faltara. Ferris naquele ano, estava chateado porque o seu desejo era ganhar um carro, e acabou sendo presenteado com um computador e, enquanto o Diretor vê em seu monitor (ecrã) as nove faltas do aluno, Ferris invade a máquina do colégio e as reduz para somente duas. A mãe confirma, entretanto, que o jovem estava realmente doente.
Junto a Cameron, consegue mais uma vez enganar o Diretor: desta vez através de um telefonema dizem que a avó de sua namorada, Sloane Peterson, havia falecido. Para irem buscá-la, entretanto, Ferris convence seu amigo a pegar a Ferrari do pai dele. O carro, dos anos 1960, foi restaurado e é a paixão do pai de Cameron, que revela ser preferida pelo pai mais que a esposa e ele próprio. Ante a resistência do amigo, pois o pai sabia de memória a quilometragem do automóvel, Ferris sugere que voltem para casa em marcha a ré o que, segundo ele, faria retroceder o marcador.
Após se buscarem a Sloane, os três partem para o centro de Chicago, onde começa a série de aventuras. Guardaram a Ferrari numa garagem pública, não percebem que dois garagistas decidem aproveitar a oportunidade para usarem  um carro tão especial. A partir dali começam as aprontações de Ferris, que incluem fazer-se passar pelo “Rei da Salsicha de Chicago” e assim obterem uma mesa no exclusivo restaurante “Chez Louis”.

Melhor cena do curtindo a vida adoidado

Enquanto isto os alunos do colégio, acreditando que Ferris esteva  muito doente, iniciaram uma campanha de arrecadação de fundos para comprarem um novo rim. Em várias partes da cidade, não apenas do colégio, a notícia da doença do jovem se espalha, bem como a campanha “Save Ferris” (“Salve Ferris”).
Tudo isso faz com que sua irmã e o Diretor resolvam, cada um por si, desmascarar a farsa. O Diretor sai às ruas, tentando flagrar o Garoto em lugares frequentados por jovens mas fracassou então decide visitar o “doente” em sua casa. Ao tocar a campainha, a gravação é acionada e responde as perguntas do diretor como se Ferris estivesse em casa. Insistindo, Rooney percebe o truque e resolve invadir a residência, onde é atacado pelo cão de guarda. Quando a irmã vai para casa com o mesmo objetivo, entra pela porta de frente e, lá dentro, vê que Ferris tinha colocado um boneco sobre sua cama; tenta telefonar para a mãe no trabalho, mas não a encontra. Quando está falando, escuta ruídos na cozinha e, acreditando ser o irmão, desce para lá, dando de cara com o Diretor, que entrara pelos fundos. Shauna, toma um susto e dá um golpe na cabeça do diretor e corre para seu quarto, ligando para a polícia para comunicar a invasão mas, lá embaixo, Rooney vê seu carro sendo rebocado e sai – de modo que, quando a polícia atende ao chamado, acaba por levar a garota à delegacia por passar trotes.
Os três amigos encerram o passeio e as brincadeiras  e voltam à garagem, justo no momento em que o carro deles chega do passeio. A quilometragem, , estava três vezes maior que a originalmente marcada. Cameron fica em estado de choque e assim permanece por um bom tempo, sendo colocado pelo casal amigo numa cadeira junto à piscina de sua casa, enquanto os outros dois se banham, imaginando como farão para solucionar o problema.

Cenas e música do filme curtindo a vida adoidado

Na delegacia, Jean Bueller conhece um jovem delinquente (vivido por Charlie Sheen) e acabam se beijando. Os três amigos resolvem colocar o carro em marcha a ré, erguem com um macaco hidraúlico, na garagem da casa. Cameron então  decide enfrentar o pai pela primeira vez na vida, ao perceberem que tal estratégia não deu resultado nenhum porque o marcador estava parado, com raiva ele chuta  o carro que se solta do macaco e cai na alta ribanceira dos fundos da casa e destruindo o carro.
Ferris  volta correndo para casa para chegar antes de seus pais. Então começa uma disputa entre ele, sua irmã, seu pai e o diretor – com o desfecho que leva a concluir, mais uma vez, que o momento deve ser aproveitado, pois se é jovem apenas uma vez na vida.
Enquanto os créditos do filme rolam na tela é mostrado o diretor, Sr. Rooney, indo todo esfarrapado após, sem sucesso, tentar alcançar o guincho que rebocou seu automóvel. O ônibus escolar de seu colégio então para, e ele aceita a carona. Quando os créditos terminam, Ferris aparece como se estivesse saindo do banho, enrolado numa toalha e fala à plateia: “Vocês ainda estão aí? Já acabou! Vão para casa! Vão!” 

Análise do enredo

O cineasta Scott Murray, fez um estudo sobre a história, tomando por base no depoimento de seu diretor/roteirista, John Hughes, gravado dezesseis anos depois do lançamento do filme.
Murray faz sua julgamento pela cena da piscina, quando Ferris aparece irritado por Cameron ter simulado seu afogamento; Hughes revela, no DVD, que “Ferris está verdadeiramente irritado aqui’. Ele realmente não gosta de ser enganado. Ferris  definitivamente não é um cara legal. Ele é um pessoa interessante. Ele necessariamente não é virtuoso. “Para Murray, o autor narra uma cena diversa daquela que o espectador assiste, pois a irritação de Ferris se dá por brincadeira, porque Cameron o deixou preocupado. Afirma, ainda, que as afirmações de Ferris  de não ser um cara agradável – que o diretor afirma, segundo ele, sem qualquer fundamentação: Ferris é atrevido, travesso e arrogante, como James Bond, mas o que ele faz é “chamar para si” – algo que todos, inclusive Cameron, devem fazer – o que “salva” o amigo de sua vida passiva: sendo, portanto, bastante virtuoso.Uma

Um outro trecho em que o diretor diverge do analista é aquela onde Cameron telefona ao diretor Rooney e comete o erro ao exigir sua presença no local do encontro junto a Sloane. Hughes informa que então que para “pagar pelo erro”, Cameron se vê obrigado a pegar a Ferrari do pai. Murray observa que o próprio roteirista sugere um total improviso de Ferris em propor justo aquele carro, como punição a Cameron; mas o enredo, segundo Murray, deixa passar a ideia oposta, a de que Ferris  o tempo todo planejava usar justo a Ferrari, e apenas se aproveitou do erro do amigo: tanto isto seria verdade que o pai de Cameron possuía diversos carros que poderiam servir como veículo do “pai de Sloane” – mas a escolha recai justamente naquele que nunca saía da garagem.

Curtindo a Vida Adoidado (1986 ) Cena do Ferris fingindo ser um doente

Todo a história, demonstra que Ferris planejou  cada passo daquele dia, a fim de fazer algo realmente
inesquecível ao seu amigo Cameron, para fazê-lo recordar por anos. Como prova disto Murray indica a cena da parada, em que Ferris surge em carro no desfile ao lado das mulheres com roupas típicas – e elas  não estranham a sua presença: Ferris já vinha ensaiando no chuveiro a música Danke Schoen, tudo já estava previamente concertado.
Murray conclui que Hughes parece não ter plena consciência do brilhantismo eda  complexidade de sua própria história; tanto que não justifica porque o “Rei da Salsicha de Chicago” não aparece para o almoço no “Chez Quis”.
Roz Kaveney, autor LGBT, é de opinião que o enredo deixa de modo subliminar que Cameron gosta de Ferris, mas que este sempre se esquiva, tal como na cena em que este retorna da aparente catatonia e declara que o amigo é o seu herói. Para ele,  a cena da parada é apoteótica Ferris torna-se Dioniso por alguns minutos. Conclui que a contribuição do filme para o gênero adolescente é a lição de que é possível ser legal e popular sem ser rico ou um ídolo dos esportes.
Larry Granillo, analisando a partida de beisebol assistida por Ferris e seus amigos, constatou que a partida, que iniciara às 13:25 h, teve a cena quando o rapaz conseguiu apanhar a bola rebatida após as 16h. Segundo suas contas, para que ele dali fosse ao Instituto de Artes, ao Lago Michigan, à Sears Towers, à casa de Sloan e ainda executar dois números musicais no lendário desfile, teve um tempo de 1:45 h para estar em casa às 17:55 h – algo muito difícil de ocorrer, mesmo que não tivesse encontrado qualquer tráfego.

Elenco e personagens

Ator / Atriz / Personagem
Matthew Broderick: Ferris Bueller
Alan Ruck: Cameron Frye
Mia Sara: Sloane Peterson
Jeffrey Jones: Diretor Edward “Ed” R. Rooney
Jennifer Grey: Jeanie Bueller
Edie McClurg: Grace
Cindy Pickett: Katie Bueller
Lyman Ward: Tom Bueller
Ben Stein: Professor de Economia
Del Close: Sr. Knowing (Professor de Inglês)
Virginia Capers: Enfermeira Florence Sparrow
Richard Edson: Atendente da garagem
Kristy Swanson: Simone Adamley
Charlie Sheen: Jovem detido com drogas na delegacia de polícia
Jonahtan Smocky: Maitre do restaurante Chez Quis
Dee Dee Rescher: Motorista do ônibus escolar
Polly Noonan: Menina no ônibus escolar

O núcleo principal do filme foi composto por 6 personagens, enquanto o de apoio teve 8 como destacados:

Perfil dos personagens principais

  • Ferris Bueller, interpretado por Matthew Broderick, segundo Laura Schellhardt, é o modelo do personagem mentiroso: “Ferris é um perito na mentira.” Ele finge estar com febre; ele representa ser o pai de sua namorada; ele mente aos amigos, parentes e autoridades, tudo para evitar ter de ir para a escola.” Janet Staiger define o personagem como arquétipo do rapaz estadunidense, um herdeiro de Tom Sawyer misto com Andy Hardy, sendo charmoso e carismático.
  • Alan Ruck: interpreta Cameron Frye, o melhor amigo de Ferris, que é rico, infeliz e impopular, e ainda medroso, hipocondríaco, catatônico e com problemas de relacionamento com o pai.
  • Jeffrey Jone: numa performance “deliciosamente cômica” interpreta o diretor da escola, Ed Rooney, um homem que tem horror a Ferris, e teme que seu comportamento influencie os outros alunos. Sabe muito bem que Ferris está matando aula e tenta fazer de tudo para apanhá-lo na mentira e reprová-lo.
  • Jennifer Grey: faz Jeanie Bueller, a irmã ranzinza, esquentada e ciumenta, obcecada em apanhar Ferris na sua escapada, de qualquer maneira. Para a pesquisadora Janet Staiger, entretanto, a garota descobre que não possui as mesmas armas do irmão mais novo: enquanto ele consegue safar-se, ela é detida; mas ao final o filme sugere que sua capitulação aos garotos, seja ao seu irmão, seja à “imitação de James Dean da delegacia”, é a porta para sua felicidade. Jeanie se distancia de Ferris porque ele faz coisas que ela jamais ousaria fazer.
  • Mia Sara: interpreta Sloane Peterson, A Namorada perfeita. A bela jovem britânica que acompanha o namorado Ferris, sendo também sua cúmplice e topando qualquer parada nesse “dia de folga”. Romântica, aventureira, moderna, estilosa e com senso de humor.
  • Edie McClurg: interpreta Grace, a intrometida secretária de Rooney. Apesar de estar em plenos anos 80, ela mantinha um visual da década de 1960, com um cabelo alto com bastante laquê, onde esta enfiava vários lápis.

Curtindo  a vida adoidado- 10 erros absurdos por Canal 90

Personagens menores

  • Cindy Pickett: interpreta a mãe de Ferris, Katie Bueller;
  • Lyman Ward: interpreta Tom Bueller, o pai; ele e Cindy Pickett se casaram após as filmagens.
  • Ben Stein: interpreta o pacato professor de economia da escola;
  • Del Close: interpreta Sr. Knowing, o professor de inglês;
  • Virginia Capers: interpreta a enfermeira Florence Sparrow;
  • Richard Edson: interpreta o gargista, que sai com o carro do pai de Cameron, o deixando em choque ao ver a quilometragem alterada;
  • Kristy Swanson: interpreta Simone Adaley, uma das alunas de economia;
  • Charlie Sheen: interpreta um jovem detido por ser pego com drogas, que Jeanie Bueller conheceu na delegacia de polícia. Possui uma aparição pequena mas agradável, em que demonstra seu carisma natural, segundo Pete Reiher. David Neidorf estava escalado.
    para o papel, mas fora convidado para o elenco de Hoosiers, sendo substituído por Sheen. Este foi um dos primeiros papéis dele, no cinema e, para dar a impressão de estar drogado, consta que ficou mais de 48h sem dormir.
  • Jonathan Smocky: interpreta o arrogante e afeminado mitre do restaurante Chez Quis.

Continuações, bibliografia derivada e comerciais

Ofilme de Hughes foi publicado, em 1996, com título de Ferris Bueller’s day off: screenplay, obra em 134 páginas. O livro foi feito pela The Cinestore, editora australiana.

Romantização

O enredo foi romantizado pelo escritor Todd Strasser, em 1987. Publicada em Londres, pela editora Bantam Books, o livro “Ferris Bueller’s Day Off” trazia na sua capa a chamada:

“Todo mundo precisa de um dia de folga – Tenha 5 ou 55 anos.
Ferris Bueller é um exemplo para todos aqueles que se levam muito a sério.  Ferris sabe o valor de um dia de folga, e como extrair o máximo de qualquer situação.
Seu plano é à prova de patetas. Ele fingirá estar doente (enquanto toda a cidade pensará que está às portas da morte). Ele irá resgatar sua namorada para fora da escola (usando a famosa desculpa do “parente morto”). E juntos irão guiar com estilo por cada atrativo de Chicago (na Ferrari do pai de seu melhor amigo, é claro).
Não será mais um dia de folga em sua vida, será… CURTINDO A VIDA ADOIDADO”

Ferris Bueller, a série

O canal de tv NBC estreou, em 23 de agosto de 1990 a série chamada Ferris Bueller, iria ao ar as segundas-feiras a noite , tendo a aprovação inicial do público, mas bastante negativa pela crítica.

Quando a estreia de Matt Roush, do USA Today,falou que a nova série trazia um Ferris tão cínico que em um dos episódios chegava até  mesmo a desprezar. Apesar de manter uma boa audiência entre os jovens espectadores, a série foi cancelada poucos meses após seu início, tendo sido gravados somente 13 episódios.

Segundo filme

Broderick e Hughes chegaram a ter um contato depois da produção do filme,  chegaram a discutir a possibilidade de uma continuação. “Nós chegamos a pensar em um Ferris Bueller 2, aonde ele estaria ou na faculdade ou em seu primeiro emprego, e com mesmos tipos de eventos aconteceriam novamente. Mas nunca conseguimos um ‘gancho‘ que fosse realmente excitante para isso. O filme é sobre um período muito singular da vida de uma pessoa.” Em 2005, rumores de uma continuação mostrando um Ferris já adulto também surgiriam. Já em 2012 surgiram rumores da continuação por conta de um teaser na Internet estrelado pelo próprio Broderick que, dias depois, se revelou ser um comercial da Honda totalmente inspirado no filme original.

Propagandas

Em 26 de janeiro de 2012 um teaser de Matthew Broderick, com dez segundos, foi divulgado na internet, no qual ele aparece de roupão e fala diretamente com à câmera, revivendo o personagem Ferris, e com continuação prometida para o dia 30 de janeiro, uma segunda-feira. Nesta data, finalmente, surgiu uma propaganda da empresa automobilística japonesa Honda, destinada a lançar seu modelo CR-V durante o final do Super Bowl (a partida que encerra uma temporada do futebol americano, queaconteceu no dia 5 de fevereiro); na peça publicitária Broderick, aos 49 anos, lembra cenas parecidas ao do filme, com a  mesma trilha sonora e duração de 2 minutos e 25 segundos; nela a cena da Ferrari “voando” ao ser deixada na mãos do garagista é repetida, desta feita com o modelo da Honda. O teares havia se propagado de modo a gerar especulações de uma possível sequência da obra de Hughes; no comercial Broderick dá uma desculpa para faltar ao trabalho (assim como no filme, diz “Uma das minhas piores atuações da minha carreira, e ele não duvidou nem por um segundo” e sai para um passeio e vai a um parque de diversões, canta num desfile e aproveita o dia, num lugar diferente de Chicago apresentada no filme de 1986. Na época o comercial estimulou a lembrança do acidente sofrido na Irlanda por Broderick e Jennifer Grey onde ele bateu seu carro contra outro; na colisão mãe e filha morreram e o ator ficou ferido com as pernas e costelas quebradas, causando então um escândalo que ainda repercute na biografia dele.
Em outubro de 2020 a empresa de portões Liftmaster recriou a cena onde Ferris e Cameron roubam o carro do pai  para sair num dia de aventuras; ao contrário da Ferrari do filme do comercial apresenta um modelo Jaguar E-Type Road
ter 
e, para a infelicidade dos dois jovens, o lugar é todo controlado pela câmera de vigilância da Liftmaster que imediatamente avisa o pai de um deles o que está a acontecendo. Outro ponto em comum com o filme é a trilha de fundo, com a música “Oh Yeah”, da Yello. Nesta nova versão os dois adolescentes visitam a mesma garagem mas, antes que consigam pegar o carro, a garagem rapidamente avisa ao pai de um deles que é, justamente, o ator Alan Ruck – que viveu Cameron nas telas; o comercial foi dirigido por Matt Dilmore da Gifted Youth; a produção refes a cena em estúdio em Los Angeles, e para tanto estudou o trabalho realizado por Tak Fujimoto que dirigiu a fotografia da obra original, imitando as tomadas, luz e ângulos.

trio de amigos do filme
trio de amigos curtindo a vida adoidado

Música

David Mansour, na sua “Enciclopédia de Cultura Pop do Final do Século XX”, resumiu a trilha da comédia como “um mix eclético de músicas, que incluem “Oh Yeah” do Yello, “Danke Schoen” de Wayne Newton, e “Twist and Shout” dos Beatles
Além destes, o filme mostrou outros sucessos de várias épocas, como “Please Please Please Let Me Get What I Want” e “The Edge Of Forever” na versão de The Dream Academy, a composição “Jeannie” feita para o seriado Jeannie é um Gênio por Hugo Montenegro, dentre outras.
Fred Karlin e Rayburn Wright, analisando o uso da música nas obras de Hughes, lembram como este faz citações musicais e referências a canções bastante conhecidas, como na cena em que Ferris, vestindo um terno para fingir ser o pai de Sloane, entra na cozinha de sua casa e diz “Bueller – Ferris Bueller” tendo ao fundo a música de Ira Newborn que, junto ao timbre acentuado da voz, fazem clara alusão ao trabalho de John Barry nos filmes de James Bond.
Jen Chaney, do The Washington Post, disse que “O clássico de John Hughes se destaca como uma das raras comédias que refletem bem a sua época – meados dos anos 1980, como se pode ver pelo sintetizador de Ferris, e por Sigue Sigue Sputnik na trilha sonora.” Já Mathew Broderick relembra que a ideia de cantar Danke Schoen no banheiro foi dele: enquanto filmavam a cena ele resolvera ensaiar a canção, que deveria cantar durante a cena da parada e que nunca antes escutara, fez então um moicano no cabelo e cantou; o diretor Hughes não cortou o improviso e usou-o no filme – revelando, segundo o ator, sua genialidade.

desfile
O uso da música clássica nesta comédia é lembrado por Melanie Diane Lowe como um identificador da cultura elitista e esnobe que há no centro dos Estados Unidos da América. A visita dos jovens ao restaurante de alta cozinha Chez Louis, onde Ferris finge ser o rei da salsicha de Chicago apesar de estarem inadequadamente vestidos, a situação de conflito com o Metre é secundada pela execução do Minueto de Boccherini do Quinteto para cordas em mi maior; já o Quarteto de cordas n.20 em ré maior “Hoffmeister” K.499, de Mozart, retrata o momento em que Ferris sai vitorioso. Apesar de ter se infiltrado no detestável e esnobe mundo da classe-média, Ferris mostra depois a “sua” música, quando canta Twist and Shout.
Em 2008 a revista Rolling Stone selecionou as melhores músicas dos filmes da década de 1980, e “Oh Yeah” de Yello, integrante da trilha de “O Rei dos Gazeteiros” ficou em nono lugar. Já Dan Thornton, da Car Magazine, elegeu como a melhor cena do filme è aquela em que os dois garagistas não escondem sua satisfação e se entregam ao prazer de guiar a Ferrari, voando com ela por Chicago ao som do tema de Star Wars.
Ao contrário do que então era comum, não foi lançado um disco com as canções do filme; isto teria ocorrido porque o diretor Hughes acreditava que, por conter canções tão ecleticamente diversas, a trilha não comporia um bom álbum; a despeito disso em 2016 a gravadora La-La Land Records fez a edição para colecionadores, numa tiragem de cinco mil discos.

Filmagens

Em 1985 o filme foi rodado, sendo os locais principais de locações os subúrbios de Chicago de Northbrook, Glencoe e Highland Park, e em Los Angeles. O desfile do Dia de Von Steuben foi gravada no dia 28 de setembro, um sábado. A maior parte do filme se dá em volta do campus do New Trier High School, em Northfield. As cenas na cidade ocorreram no centro de Chicago e em Winnetka (interior da casa de Ferris, escritório da mãe, etc). Ján o exterior da casa de Ferris  está situado em Long Beach, na Califórnia, enquanto a casa modernista de Cameron Frye fica no 370 Beech Street, em Highland Park, e foi obra dos arquitetos A. James Speyer e David Haid, e pertenceu ao fotógrafo Ben Rose. A Ben Rose House e o Car Museum (espaço “imortalizado” por ter sido onde foi lançada a Ferrari) tornaram-se, posteriormente, atrativos turísticos de Chicago.

Casa do filme de cameron
Casa de Cameron

Segundo o professor de artes Franz Shulze, do Lake Forest College, durante a filmagem da sequência que mostra a queda da Ferrari pela janela foi feita de modo a garantir a integridade da construção – o pavilhão que serve de garagem é obra pioneira, projetada por David Haid para abrigar a coleção de carros do proprietário. A mansão, cercada por árvores que ocupam uma área livre de 5.300 m², foi construída em 1953 com quatro dormitórios e três suítes; em 2011 foi posta à venda pelo valor mínimo de 1,65 milhão de dólares; situa-se a 25 milhas ao norte de Chicago. Em 2009 o imóvel foi relacionado como um dos patrimônios arquitetônicos mais ameaçados de Illinois, o que não procede já que o mesmo é tombado; assim, não pode ser demolido, a menos que perca esta proteção.
Sarah Sherman, analisando o papel da obra de Seurat na cultura popular, traz como exemplo maior a cena da visita ao museu em que Cameron Frye detém-se na obra-prima do mestre pós-impressionista; a autora revela que a decisão de Hughes em efetuar um zoom na imagem e no rapaz, mostra como a arte pontilista pode encantar e, ainda, demonstrar que o público pode reconhecer o trabalho do artista até mesmo pelos pontos contrastantes e sua infinidade de cores aparentemente não relacionadas. Segundo ela, Cameron fica perplexo, o que se comprova por menear a cabeça para observar melhor, diante da imensa pintura que retrata uma cena de um século antes, em que se destacam uma mulher com sombrinha e um pequeno macaco; somente quando a câmera se aproxima é que o espectador tem a percepção daquilo que intriga Frye, a centímetros de distância: os milhões de pontos que, colocados individual e estrategicamente, acabam por formar a figura maior.

Direção

Peter Reiher comenta que o personagem de Broderick é uma verdadeira “armadilha” para o diretor: sua falta de caráter poderia facilmente ter levado o público a odiá-lo – mas Hughes consegue estabelecer uma espécie de cumplicidade do espectador, fazendo com que Ferris fale diretamentecom o espectador. O comentarista acentua que o diretor encaixou os momentos corretos para por as tomadas, bem como imprimiu ao filme em um ritmo acelerado, mas não tanto para que se percam os detalhes.
Roz Kaveney diz que este trabalho é, absurdamente, o mais completo dos filmes para adolescentes de Hughes e o menos influente, sendo o que mais longe avança na exploração dos elementos brincalhão, mostrando seu domínio como diretor e roteirista. Ali mantém o elemento desordenado de seus filmes anteriores, muito além do que em Weird Science mas, também, apresenta elementos que predizem o triste declínio de seu trabalho nas duas décadas seguintes.

Diretor John Huges
Cineasta John Hughes 1980

Esta queda do diretor parece apontar algo que foi indicado por Gene Siskel, na crítica feita no Chicago Tribune ainda em 11 de junho de 1986; ali Siskel diz que Hughes, com este filme, não faz jus à fama que tem como o cineasta americano que melhor conhece os jovens. Informa que, com o sucesso anterior de Sixteen Candles e The Breakfast Club, o autor-diretor ganhará um contrato de longo prazo que, tal como acontece com atletas que firmam esses acordos, faz perder o incentivo por melhores produções. Destacando que Hughes quer produzir, escrever e dirigir depressa demais, gerando filmes ruins como este. Como “prova” de que isto era uma verdade, aponta a decisão de Hughes em deixar que Martha Coolidge dirigisse seu próximo filme.
Pela Paramount Hughes realizou este filme e ainda Planes, Trains & Automobiles mas pediu um valor  muito alto para os executivos por uma renovação do contrato, fazendo assim com que retornasse “furioso” para a Universal, de onde havia saído.
Logo após a filmagem de Ferris Hughes já estava ficado milionário, assim  tornou-se cada vez mais enclausurado e afastou-se das pessoas mais próximas do show bizz; mudou-se de Los Angeles em 1990 e depois voltou para Chicago – onde chegou a mandar erguer um monte para esconder a sua casa. Sua influência sociológica sobre uma geração foi, contudo, inegável.

Retratos de Chicago, por John Hughes

O diretor/autor John Hughes, falecido em 2009, revelou que muito daquilo mostrado no filme é como uma carta de amor a Chicago, com a finalidade de mudar para  subúrbios  com a família quando estava cursando a sétima série. Para ele ninguém reclama, por exemplo, quando Woody Allen filma Nova Iorque, mas isto acontece por ele mostrar a sua cidade. No filme tentou retratar não somente os locais mais marcantes – a arquitetura, as paisagens – mas sobretudo o “espírito”. O desfile que retrata a cultura alemã, sua passagem favorita no filme, por exemplo, reflete o fato de que muitos alemães estiveram na origem de Chicago, e o próprio sobrenome de FerrisBueller – é germânico. Ainda sobre o Appreciation Day Parade, em homenagem ao general teuto-americano Von Steuben, houve uma coincidência, pois esta se deu justamente quando as filmagens ocorriam. Hughes afirmou, sobre a cena: “Nós tínhamos 10 mil pessoas ali – todas de Chicago – e não houve um único incidente! Aquela é Chicago! Aquelas são suas faces reais, pessoas reais!” As cenas de dança, contudo, foram coreografadas por Kenny Ortega.
Também a cena do restaurante Chez Quis Hughes havia se baseado nos tempos em que ele e um amigo mentiam para entrar no exclusivista Union League Club da cidade.

casa do chicago cubs
Wrigley Field , casa do Chicago Cubs onde Ferris assiste um jogo com os amigos

O jogo do Chicago Cubs, no qual Ferris apanhou uma bola rebatida na sua ida ao estádio de beisebol Wrigley Field, e que foi-lhe a salvação no final do filme, ocorreu no dia 5 de junho de 1985, e o time perdeu a partida para o Atlanta Braves após um empate em 2 a 2 até os últimos instantes. Na cena em que o diretor Rooney pergunta o placar num bar onde procurava por Ferris o resultado informado pelo atendente era ainda 0 a 0. Coincidentemente, no dia da estreia do filme, a 11 de junho do ano seguinte, o time voltou a perder, desta vez para o Pirates, em Pittsburgh. O escritor Larry Granillo, estudioso dos Cubs, sendo uma das quatro partidas que o Cubs disputara contra o Braves em 1985, confirma que a data do jogo foi mesmo aquela de 5 de junho; ele acrescenta que o rebatedor do Braves, que foi insultado por Cameron e também o mesmo de quem Ferris apanhou a bola rebatida foi Claudell Washington; O Cubs perdeu o jogo por 4 a 2.
Até mesmo a torre da caixa-d’água, erguida em 1953 e que abastece o subúrbio de Northbrook, onde a célebre frase Save Ferris foi pendurada numa faixa e que aparece em “pequeno papel”, teve sua importância debatida em 2009 pois se programou para o seguinte sua demolição para aumento da capacidade; na ocasião diversos moradores se manifestaram pela manutenção daquele marco local, que lembra os momentos da filmagem da obra sobre o jovem gazeteiro.
Finalmente, um lado sofisticado da cidade foi exibido, sobretudo na visita ao Art Museum; Hughes definia o lugar como um “refúgio” para onde ia nos tempos de colégio. O filme foi, então, a oportunidade de exibir suas pinturas prediletas. Além do quadro pontilhista de Seurat, exibido com maior detalhe, o filme mostra especialmente os quadros Improvisação 30 (Cannon), de Kandinsky, o Nu Sob Pinheiro, de Picasso e Nighthawks, de Hopper.
Em Chicago conhecer esta obra de Hughes se constitui numa obrigação para todos os naturais da cidade, sendo considerado um “blasfemo” quem não o tenha assistido, um verdadeiro pári.

A Ferrari

“Ferris, para Cameron: “Você matou o carro!”

No filme, Ferris convence o amigo Cameron a pegar a rara Ferrari 1961 de seu pai. “As tomadas de inserção da Ferrari foram feitas em uma verdadeira Ferrari GT California” – disse Hughes no comentário contido nos “extras” da versão em DVD – “Os carros usados em wide shots eram obviamente reproduções. Existem somente 100 desses carros, então é muito caro destruir um deles. Tínhamos feito algumas réplicas. Elas eram muito boas, mas para os closes eu precisava de um modelo real, então trouxemos uma para o cenário e fizemos as inserções com ela.” Tais réplicas podem ainda ser feitas com uso de kits comercializados com o nome de CaliSpyders, usando-se um chassis MG, alimentado por um motor Ford ou Chevrolet.
O restaurador de automóveis Mark Goyette desenhou as peças para as três reproduções que foram usadas, e falou do destino que tiveram:

Ferrari 250
Um exemplar da rara Ferrari 250 Califórnia

Criada por Goyette, foi alugada à Paramount para as filmagens. É a única que salta pela câmera, e foi usada em quase todas as cenas. No final das filmagens foi devolvida para Goyette, com a descarga destruída e rachaduras na lataria. “Houve algum dano superficial, mas manteve-se surpreendentemente bem”, declarou. Foi consertada e vendida para um jovem casal da Califórnia. O marido mais tarde saiu com ela da estrada, e Goyette consertou-lhe a frente. Foi vendida em meados dos anos 1990, e teve notícias do carro por volta do ano 2000, quando perdeu contato com o carro. Em 2010, entretanto, a réplica ressurge, desta feita no Reino Unido, onde um leilão da firma Bonhams ocorre no Royal Air Force Museum da RAF (Londres) em 19 de abril, com valores estimados de lances entre 30 a 40 mil libras. A peça foi disputada por oito concorrentes ao telefone, além de interessados presentes no leilão – e veio finalmente a ser arrematada por um comprador estadunidense, cujo nome não foi revelado, pelo preço de 79 mil e 800 libras (o dobro do esperado). A peça mais cara do leilão foi um modelo original de Jaguar SS 1938, que alcançou 100 mil e 500 libras.
Vendido para a Paramount, como kit para carro-dublê, foi feita em trabalho tão pobre que era praticamente inútil, a não ser saltar para fora da janela na garagem da casa de Cameron. Reconstruída, foi levada para o Planet Hollywood em Minneapolis, mas desapareceu quando acabou o Planet Hollywood.
Outro kit, a ser usado supostamente como reserva para a cena da queda na janela, nunca foi terminada a reconstrução. Goyette diz que ouviu dizer que foi terminada e vendida, mas que poderia estar ainda no acervo da Paramount.

carro com garagistas
garagistas

Miniatura

A coleção de miniaturas Hot Wheels, da Mattel, lançou uma réplica do carro usado no filme, na proporção de 1/18, numa edição limitada como parte da Ferrari Stars Collection, trazendo na embalagem a referência à comédia em que foi “destruída”.

O modelo foi lançado em 2010, com edição de não mais que 5 mil exemplares, todos numerados, e foi a miniatura que encerrou a série de carros Ferrari Stars Collection dedicada aos aficionados em cinema e em Ferrari.

miniatura
a miniatura da ferrari

Cenas cortadas

Muitas cenas gravadas foram descartadas na versão final do filme, e não foram colocadas à disposição em nenhuma edição posterior, como no DVD.
No roteiro original Ferris tinha dois irmãos mais novos, Todd e Kimberley, que não aparecem no filme.
Uma outra cena mostrava Ferris dizendo, numa entrevista de rádio, que tinha sido o primeiro adolescente a viajar num ônibus espacial mas Paul Hirsch, um dos editores, estava editando esta cena em janeiro de 1986 quando ocorreu o desastre com a Challenger; foi então considerada de mau-gosto, e cortada de todas as versões.

Os atores principais

Durante as filmagens Mia Sara disse ter se apaixonado por Broderick, mas que este “sabiamente” a recusara. Na época ele namorava com outra integrante do set, ninguém menos do que Jennifer Grey que interpretou a irmã de Ferris, tendo inclusive ficado noivos. Lyman Ward e Cindy Pickett, os pais de Ferris no filme, conheceram-se durante as filmagens e se casaram logo depois.

Allan Ruck, que interpretou o papel do amigo Cameron, foi escalado somente depois que Emilio Estevez  recusara fazê-lo; mas sua atuação não lhe rendeu outros papéis, e teve que trabalhar numa das lojas da Sears Ruck, então com 29 anos de idade, atribuiu a um “defeito genético” sua aparência mais jovem; assim como seu personagem, também era tímido e morava em Nova Iorque, com a esposa e também atriz, Claudia Stefany.

Em 1985 Ruck e Broderick haviam contracenado na peça da Broadway Biloxi Blues, de Neil Simon; antes de integrar o elenco do filme Ruck, formado em artes dramáticas pela University of Illinois, apresentara-se em Chicago em algumas peças e algumas aparições em filmes como Class (Uma Questão de Classe) – e chamara a atenção do diretor John Hughes quando fez um teste para um dos papéis de The Breakfest Club.

Figurino

Marilyn Vance, figurinista do filme, conta que teve de encontrar algumas soluções improvisadas, como o colete diferente com que Ferris surge sobre o carro alegórico na parada do dia de Von Steuben, onde ela pegara um cardigan e retirara as mangas; o cuidado, sempre, era mostrar um Ferris “descolado”.
Assim é com a jaqueta que ele usa, quando vão ao Chez Quis, onde a figurinista diz que não poderiam usar uma jaqueta do tipo motociclista, nem de um intelectual, então ela misturara um pouco de tudo.
O trabalho de Vance neste filme deu ao personagem principal uma impressionante aparência atemporal, que retrata seu caráter de forma absoluta.

Lançamento e repercussão

Assim como varia de título entre Brasil e Portugal, o filme recebeu diversos nomes em volta do mundo; os principais títulos, com respectiva tradução livre, foram:

  • Em espanhol: Un experto en diversión (em alguns países latino-americanos como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai); Todo en un día (Espanha) e La escapada de Ferris Bueller (México);
  • Na Europa: em alemão, Ferris macht blau (Ferris gazeteia); em dinamarquês, En vild pjækkedag (Um selvagem dia de folga); em francês, La folle journée de Ferris Bueller (O dia louco de Ferris Bueller); em neerlandês, Ferris Bueller’s baaldag (O Dia de Folga de Ferris Bueller); em italiano, Una pazza giornata di vacanza (Um louco dia de férias); em sueco, Fira med Ferris (Comemore com Ferris);

As aventuras de Ferris tiveram as seguintes datas de estreia:

  • 1986: Alemanha (18 de dezembro); Austrália (21 de agosto); Finlândia (12 de dezembro); França (17 de dezembro); Itália (4 de dezembro); Países Baixos (18 de dezembro); Suécia (19 de dezembro).
  • 1987: Espanha (24 de abril); Hong Kong (8 de janeiro); Japão (28 de fevereiro); Reino Unido (20 de fevereiro); Uruguai (6 de março).
  • No Brasil a estreia segundo fonte da época deu-se primeiro no Rio de Janeiro, no mês de janeiro de 1987; Fonte mais recente diz, entretanto, que isto ocorreu em 19 de dezembro do ano anterior.

Bilheteria

A estreia do filme nos Estados Unidos se deu em 1330 cinemas, e alcançou o segundo lugar na bilheteria daquele final de semana, com US$6,275,647, atrás apenas do filme De volta às aulas. Ao final daquele ano, Ferris Bueller’s Day Off havia alcançado uma bilheteria superior a 70 milhões de dólares, tornando-se o décimo filme mais assistido de 1986, um sucesso de bilheteria em consideração ao enxuto orçamento de 6 milhões de doláres.

Crítica

A obra de Hughes teve uma posição inicial da crítica muitas vezes adversa. No momento em que o filme foi lançado, havia uma forte influência do governo conservador de Ronald Reagan nos Estados Unidos da América, vivia-se uma onda neoliberal, que fizeram alguns dos críticos enxergarem neste filme uma propaganda desses valores.
A apreciação mais recente, contudo, como mais adiante pode-se ler na crítica moderna, apresenta uma outra visão sobre “Ferris Bueller”, mais afeita aos aspectos filmográficos do que aos fatos sociais do momento histórico de então.

Casa dos Buller
A casa dos Buller

Janet Staiger, em seu livro “Perverse spectators: the practices of film reception”, faz uma análise das críticas feitas em vários jornais e revistas sobre o filme. Segundo ela, alguns críticos parecem sucumbir à ideologia do consumismo, e a apreciação do filme parece ser feita apenas sob a ótica de homens brancos, ricos e caucasianos – e que esta talvez fosse diferente se feita pela ótica feminina, de um negro, gay ou hispânico. Da análise de treze publicações, encontrou alguns resultados que considerou surpreendentes, como a feita pela crítica do Washington Post, Rita Kempley; ela declarou desejar que Ferris fosse seu amigo, pois ele diz para aproveitar um dia de verão. Em vários deles, a crítica negativa revela algo que não é surpresa, contudo, por serem adultos repelindo um filme sobre adolescentes (com ressalva para dois dos críticos, que disseram haver gostado da obra), ao passo em que os resultados positivos junto ao público adolescente revelam que Hollywood acertou seu público-alvo.

Crítica contemporânea ao filme

A crítica Nina Darnton, do The New York Times traçou um painel do filme, quando de seu lançamento em 1986, observando que a figura de Ferris surgia como um adolescente ímpar, capaz de romper a hierarquia entre idades que existe nesta fase, sendo popular entre veteranos, novatos, drogados, atletas, etc., de modo tão acentuado que faz parecer o sistema de castas indiano uma ordem igualitária. Acentua que a percepção do diretor Hughes sobre a adolescência é algo perturbador, pois este reflete com sensibilidade o “mundo de Peter Pan” sem perder a experiência e o conhecimento adultos: é assim que retrata as aulas como algo maçante, os exercícios físicos como uma tortura, e os adultos de modo estereotipado. Para ela, dois personagens crescem na trama: Cameron e Jeanie; em contrapartida, a namorada de Ferris vivida por Mia Sara é facilmente esquecível.

No jornal local Chicago Sun-Times, o crítico Roger Ebert disse, em junho de 1986, que o filme falha em todos os aspectos, menos no de ser um “diário de viagem”. Acentua que a visão dos adultos expressa por Hughes é simplista mas que, ao final das contas, o filme é bem centrado e é “leve, divertido e doce”. Na trama, acentua que a finalidade de Ferris é a de aplicar uma terapia ao seu amigo Cameron, para que este tenha mais amor-próprio, e destaca a cena em que os dois amigos e Sloane (vivida pela “incrivelmente bela” Mia Sara) falam de suas vidas enquanto observam a cidade do alto da Sears Tower. De cinco estrelas que confere aos filmes, Ebert deu três à obra protagonizada por Broderick.
A Variety dissera, em 1 de janeiro de 1986, que Broderick não conseguia superar Anthony Michael Hall, ator que Hughes usara em três filmes anteriores, no papel do jovem anárquico. Para Allan Ruck, declarou que não pôde fazer muito no papel de “segundo-banana”, enquanto Mia Sara estava atraente como a namorada de Ferris.
David Denby, da New York Magazine, fez na edição de 12 de junho de 1986 as críticas mais acerbas contra a obra. Segundo ele o filme é um reflexo da filosofia Reagan, onde o ideal maior da juventude é ter um carro, e toda a rebeldia foi solapada: o dinheiro não só é o objetivo mais importante da vida, é a única coisa que qualquer idiota pode almejar. Para ele o trabalho de Hughes é também um fiasco na história, onde a câmara é tão apaixonada por Ferris Bueller que permite-lhe falar diretamente com ela, para soltar pérolas como “Eu já disse isso uma vez. Vou dizer novamente: A vida passa muito rápido; se você não parar e olhar ao redor, você pode perdê-la.” O herói é tão esperto que engana seus pais, um par de egocêntricos assoberbados pelo trabalho, sua irmã que é uma invejosa e o diretor da escola, um histérico apegado ao poder, que não pensa em nada mais senão aplicar a justiça contra Ferris. O clímax do filme, continua, é uma corrida saltitante de Ferris para chegar em casa antes de seus pais. E sua linda namorada pensa que um dia irá se casar com ele. Mas o que ela está querendo? Ser a primeira secundarista a ficar preocupada com o custo de vida? – questiona.

Roger Ebert
Crítico de Chicago Roger Ebert

No jornal hebdomadário Chicago Reader, Dave Kehr escreveu em 1986 uma nota lacônica sobre a película, em que acentua que é pouco imaginativa – adolescentes que querem almoçar, ir ao jogo do Cubs, ao Art Institute – jovens materialistas e niilistas num mundo dividido e entediado.
A opinião contrária inicial, que se consolidou na crítica estadunidense à época do filme, pode ser resumida na frase de Frank Northern Magill, em 1987, segundo o qual “críticos cuja consciência filmográfica foi moldada pelas ideias dos anos 1960 são ofendidos pela burrice generalizada de filmes como este”. Contrariando esse pensamento, o colunista conservador George Will, do Washington Post, dizia em junho de 1986, que certamente naquele momento estava “em exibição o maior filme de todos os tempos nos melhores cinemas de todas as partes”.
Marc Weinberg, em 1991, escreveu que o filme, apesar de elogiado em massa pelas crianças do país, menospreza as histórias secundárias, como a paixão de Jeanie na delegacia, ou o relacionamento de Cameron com seu pai; neste último caso ele realça que o filme torna-se “pesado“, quando o rapaz se torna um suicida – algo inusitado para uma comédia leve.
No Brasil, a revista Manchete dizia, em 1987, que “o roteiro de Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off) nada tem de especial”, fazendo coro à crítica contrária do país de origem da película. Também a crítica Leneide Duarte, na revista Veja de 21 de janeiro daquele ano, disse que o filme pecava por criar personagens estereotipados, como a postura heroica de Ferris, o medo e hipocondria de Cameron, ou a perseguição do diretor Rooney, que lembrava o inspetor Miguel da Turma do Bolinha, não passando de um “divertimento despretensioso para adolescentes”.

Crítica moderna

Quando do lançamento de versão em DVD, em 2006, Jen Chaney disse concordar com o professor/ator Ben Stein, quando declara num “extra” que “Eu não sei se há um filme mais alegre do que este” e que os extras oferecidos pelo relançamento deveriam incluir mais comentários do diretor, para que ele explicasse o poder de permanência dessa comédia.
Alguns aspectos inicialmente tidos por negativos do filme passaram a ser abordados por uma ótica alheia à política coetânea. A frase dita por Ferris sobre a rapidez da vida, apreciada negativamente por David Denby, serve de introito num capítulo de “Genre Studies in Mass Media”, de Art Silverblatt (2007), que mais adiante justifica: “Uma inversão de papeis das gerações culmina em Ferris Bueller’s Day Off. Em um mundo pós-moderno de rápidas mudanças que perdeu as inocentes ilusões fixadas pelas normas morais, os adolescentes são mais adaptados para agir de modo decisivo, com coragem, sabedoria e honra.” Silverblatt conclui que a visão das gerações no pós-guerra passou a ser de conflito, como em Rebel Without a Cause (Juventude Transviada); nos anos 1980, como o filme de Hughes demonstra, os adultos passaram a ser irrelevantes.
Silvio Pilau, também em 2007, acentua que o enredo não poderia ser mais básico – “um adolescente que mata aula para se divertir. Simples assim.” Mas, em seguida, completa: “O que fez (e ainda faz) da obra um acontecimento cultural tão impactante é a maneira irresistível na qual ela é contada pelo diretor e roteirista Hughes, além, é claro, de girar sobre um tema capaz de apelos a qualquer pessoa em qualquer idade.”
Para o cronista Eduardo Haak, “Curtindo a Vida Adoidado” é um filme que possui “inesgotabilidade”, uma obra cinematográfica que o espectador não se cansa de rever, tal como ocorre com certos desenhos animados. Aprecia, ainda, a função de Ferris como “agente catalisador” das mudanças no amigo Cameron Frye, considerado por Haak o verdadeiro personagem principal.
Segundo o crítico Marcelo Janot, o filme, um clássico cult, tem como cena mais marcante o acidente sofrido pela Ferrari, ao final.

Ferris
Matthew Broderick, estrela do filme

Impacto cultural e influência

Na campanha presidencial de 1992, o candidato Dan Quayle declarou que este era seu filme predileto, porque “ele lembra a mim, no meu tempo de escola”
A então Primeira-dama dos Estados Unidos da América, Barbara Bush, parafraseou Ferris num discurso proferido no Wellesley College, em 1990: “Encontre a alegria de viver, porque como Ferris Bueller disse no seu dia de folga, ‘A vida anda muito rápido; e se você não parar e olhar em volta de vez em quando, irá perdê-la.'” Então, respondendo aos aplausos, acrescentou: “Não irei contar ao George que já recebi mais aplausos por causa do Ferris do que por causa dele”
A série de televisão Parker Lewis Can’t Lose, exibida originalmente pela FOX entre 1990 e 1993, foi inicialmente vista como uma “cópia em carbono” do filme. A série também manteve uma tradição que fez sucesso junto ao público adolescente com a prática de se “quebrar a quarta parede” – fazendo com que o protagonista converse com o espectador, falando diretamente à câmara – recurso estilístico iniciado pelo filme de John Hughes, em 1986.

No filme paródia de 2001, Not Another Teen Movie, um banner ao fundo na cafeteria do colégio traz a inscrição que mobilizara os colegas do personagem: “Save Ferris”. As bandas Rooney e Save Ferris têm seus nomes derivados do filme.
O filme é citado na trama do romance fantástico, Music to My Sorrow, de Mercedes Lackey e Rosemary Edghill, em que o personagem central, um rapaz chamado Magnus, deixa de compreender uma mensagem por ter assistido as aventuras de Ferris Bueller na televisão, e não em um cinema.
Um episódio cômico ocorrido no dia 10 de março de 1998 foi registrado pelo advogado Edward McNally, amigo de John Hughes: durante as investigações do escândalo de Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky, naquela data, diante do tribunal, parou um carro do escritório do procurador Ken Starr conduzindo Kathleen Willey, ex-voluntária na Casa Branca e que tivera um suposto encontro com o Presidente em 1993. Esperada pela mídia, ela saltou do automóvel acompanhada por dois procuradores e um agente do FBI, mas vinha também acompanhada por um jovem com brincos nas orelhas; perguntado quem era, o rapaz respondeu e o jornal New York Times, no dia seguinte, por falta de algum informante que tenha assistido aos filmes dos anos 1980, estampou na primeira página: “A Sra. Willey estava acompanhada por seu filho, John Patrick Willey, 25, que misteriosamente se identificou como ‘O Rei da Salsicha de Chicago'”, arrematando que “Ele não deu mais detalhes”.
No episódio Wherefore Art Thou, Fountain of Youth? do seriado estadunidense Two and a Half Men, o personagem Alan Harper, vivido por Jon Cryer, é confundido com Broderick e se faz passar pelo astro de “Ferris Bueller”, sendo inclusive cobrado por um médico que atende ao seu irmão Charlie (vivido por Charlie Sheen) por uma sequência para o filme. O episódio foi ao ar, originalmente, no dia 19 de fevereiro de 2007 (16º da quarta temporada).

frase salve Ferris
Mesmo a frase Save Ferris – campanha feita pelos colegas para “Salvarem” Ferris teve desdobramentos culturais

Trabalhos científicos

Varios estudos abordam o filme, em especial sobre a realidade que ali é mostrado. Eem 1997 a obra American cultural studies, de Campbell e Kean, lembra que a “rebelião” de Ferris começa e termina em sua própria casa, lembrando à audiência que este é o local seguro.
“Curtindo a Vida Adoidado” é o  principal objeto da análise feita em “Can Ferris Bueller Still Have His Day Off? Protecting Privacy in the Wireless Era”. E realizado neste estudo um paralelo entre a atual tecnologia  e a realidade vivida por Ferris, nos anos 1980 – questionando a possibilidade que ele teria em manter sua privacidade ou anonimato ao usar o telefone ou computador para encobrir suas farsas.
A influência do filme é o preludio escrito por Thomas I. Campbell, no livro “Cinemeducation: a comprehensive guide to using film in medical education”, quando relembra a passagem em que um professor de Sloane repete maçantemente aos alunos, a cada pergunta que faz, se nenhum deles sabe a resposta: “Ninguém?… Ninguém?… Ninguém?…”. Campbell explica que muitas vezes sentira-se como aquele professor, diante de alunos preocupados com seus pacientes, ou os trabalhos que iriam fazer no laboratório – e que é preciso ao professor encontrar soluções para despertar o interesse em seus alunos. Vicky Lebeau faz com admiração ao filme numa ótica psicanalítica, no livro “Psychoanalysis and Cinema”, trazendo como primeira referência a cena final, que ocorre quando os créditos estão passando e Ferris manda os espectadores irem embora. De alguma forma, diz Lebeau, ainda ficamos sentados, esperando que algo ocorra, mesmo quando o filme já tenha acabado, demorando a voltar para o mundo real. Rostos de jovens e belos rapazes são recursos referente à imagem do adolescente no cinema; a exemplo da vingativa Jeannie, irmã de Ferris, que com ele se reconcilia após cair nos braços de Charlie Sheen – outro “rosto bonito”.
No capítulo terceiro deste livro (intitulado: “Femininity, fantasy and the collective (or Ferris Bueller’s Day Off – take two)“, a autora lembra a José García García, da Universidade de Sevilha, entende que os filmes de Hughes constituem-se uma exceção na abordagem comum aos filmes dirigidos ao público adolescente, na década de 1980. É assim que este filme, bem como The Breakfest Club de 1985, exibem complexos processos de socialização do jovem estadunidense. Nestas duas obras o cineasta “demonstra a transgressão do tópicos referentes à personalidade do adolescente, aludindo a seus processos mentais e emocionais e a seu entorno familiar, ao tempo em que confirma e justifica os tópicos relacionados com a aparência e o comportamento social.”

Jogo de tabuleiro

Foi lançado um jogo de tabuleiro  tendo como base o filme. Consiste num caminho a ser percorrido a cada lance de dados para que os jogadores possam, à medida que avançam pelas casas, reviver as aventuras de Ferris. O jogo foi criado por um artista radicado na Argentina, em 2011, como parte de uma exposição em homenagem ao diretor John Hughes.

Exibições na televisão brasileira

No Brasil, a produção se tornou bastante popular principalmente na década de 90 por ter sido bastante reprisada na Sessão da Tarde da Rede Globo. Embora atualmente Ferris Bueller’s Day Off não seja mais transmitido com tanta frequência como antes, o filme continua a causar certa repercussão nas redes sociais quando a Globo, ocasionalmente, anuncia sua exibição dentro do programa vespertino.
Apesar de ter ficado famoso mesmo na Sessão da Tarde, o filme teve sua transmissão inédita dentro da Tela Quente no dia 3 de abril de 1989.

Um filme com base na vida real

O advogado Edward McNally, amigo de infância de John Hughes, e ex-assessor da Casa Branca (escreveu os discursos presidenciais no período 1989 a 1991 e integrou o conselho presidencial de 2001 a 2005), publicou um ensaio no jornal The Washington Post em que relembra passagens da juventude de ambos, e estas tiveram semelhanças com alguns fatos apresentados no filme.

O diretor de cinema John Hughes e eu crescemos na mesma rua em nossa cidade natal de Northbrook, Illinois. Nós dois graduamos na Glenbrook North, o colégio onde ele filmou cenas de “Ferris Bueller’s Day Off” e “The Breakfast Club”, onde sua mãe trabalhava e duas levas de nossas irmãs foram colegas de classe.

(Edward McNally)

McNally diz que, realmente, tinham um diretor no colégio um cara mau-humorado e preocupado com a frequência dos alunos. E, apesar de ter como seu melhor amigo um garoto chamado Buehler, acredita que foi injustamente tido como a inspiração do personagem central do filme de Hughes – algo a ser dito com cuidado, sobretudo por ser um advogado em Washington, D.C., um lugar que tem um Al Gore a fingidamente declarar que inventou a internet e serviu de inspiração para o personagem de Ryan O’Neal, em Love Story.
Ele admite,todavia, que as faltas sucessivas às aulas eram reais; na época sua irmã Sheila assinava as justificativas, mesmo as verdadeiras, e elas tinham sido tantas no último ano que, anos depois, quando seus irmãos levaram notas assinadas realmente por sua mãe, o diretor não acreditou fossem verdadeiras, pois não reconhecia a letra.
A história da Ferrari na verdade se passou com o furto do Cadillac Eldorado de seu pai. Após haverem rodado 113 milhas, suspenderam-no para que pudessem retroceder o odômetro; ao contrário do trágico fim da Ferrari no filme, seu pai somente descobriu a adulteração porque eles na verdade reduziram 10 mil milhas do marcador.

McNally também admite ter sido o redator do discurso no qual Barbara Bush fez alusão a Ferris, o que fez com que a velha matrona, então vista como reles dona-de-casa, ganhasse a plateia formada por alunos do colegial.
Uma outra cena do filme que também fora real é aquela em que Ferris pega sua namorada Sloane no colégio; para enganarem o diretor, quando jovem, McNally pegara o chapéu e a capa de seu pai, escondido – tal como Ferris surge, diante da escola.
Para o seu amigo de infância Hughes deixou um legado, uma mensagem que permanece acessível a todas as gerações, mesmo nos tempos atuais, com personagens que atestam sua fé na juventude.

Homenagens

Em 2003 Matt Groening publicou a estória Bart Simpson’s Day Off, em que o garoto da família Simpson relembra o dia louco de Ferris Bueller, faltando à aula junto ao seu amigo Millhouse.
Em 1 de outubro de 2011 o Chicago Cubs promoveu, na sua última participação no campeonato de beisebol daquela temporada, uma exibição comemorativa do filme, que então completava 25 anos de seu lançamento; os torcedores que fossem ao estádio eram recebidos por grupos que cantavam Danke Schoen, e o filme foi exibido nos diversos telões.

Na ocasião cerca de 90 os espectadores cantaram Danke Schoen, estabelecendo um novo recorde mundial, segundo o Guinness Book, superando a marca anterior de 500 pessoas.
Em 2016 o filme Deadpool faz referência à obra de Hughes quando, durante a passagem dos créditos o personagem ressurge com uma toalha na cabeça a imitar Ferris e repete sua fala: “Vocês ainda estão aqui? Já acabou. Vão para casa”, e acrescenta outras falas. Sobre isto dois roteiristas daquele filme, Rhett Reese e Paul Wernick, declararam que Ferris Bueller foi realmente a inspiração que faltava para dar sentido ao roteiro que imaginavam fazer.

Ferris Fest

2016 foi o ano em que o filme completou 30 anos de seu lançamento e, para comemorar, as cidades de Chicago, Lake Forest e Northbrook programaram a “Ferris Fest”, nos dias 20 a 22 de maio (um fim-de-semana, de sexta-feira a domingo) Para o evento um quarto de Ferris foi recriado, totalmente interativo e funcional; também a parada com a encenação de “Twist and Shout” foi programada, bem como passeios de ônibus refazendo o percurso de Ferris pelas ruas da cidade.

Em Lake Forest dois cinemas exibiram o filme, enquanto Cindy Pickett e Lyman Ward confirmaram suas presenças, sendo esperadas as confirmações dos demais atores, como Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jennifer Grey, Edie McClurg e Ben Stein; uma parte da renda arrecadada foi destinada à campanha nacional “Stomp Out Bullying”.
O evento permitiu que os fãs revivessem todos os momentos da aventura de Ferris, sua namorada Sloane e o amigo Cameron; além do quarto recriado, poderão se sentar no mesmo lugar do Wrigley Stadium, onde o “Cubs” jogou.

Fotos

Ferrari 250
1961-Ferrari-250GT-California
casa dos Buller
A casa dos Buller
twist and should
twist and shout de curtindo a vida adoidado
Atores do filme
Atores do curtindo a vida adoidado
alan ruck matthew
Alan Ruck Matthew-Broderick e Mia-sara-em cena de curtindo a vida adoidado 1986 de John Hughes
cenas do filme
citações do filme
luta clube da luta
curtindo-a-vida-adoidado-a-teoria-que-liga-o-filme-ao-clube-da-luta
30 anos curtindo a vida adoidado
curtindo a vida adoidado completa 30 anos
alan ruck
destaque e ai meu irmão Alan Ruck
Restaurante Chez Quis
Ferris no fino restaurante Chez_Quis
Ferris no cubs
Ferris no club cubs
Desfile de chicago
Ferris no desfile
os garagistas
Larry flash Jenkins
ator matthew
o ator Matthew-Broderick em cena do filme curtindo a vida adoidado original
ruas de chicago
passeio em Chicago
alturas de chicago
vou para Chicago
diversão na ferrari
passeio na ferrari
grande cena da parada
Picanha cultural grandes cenas do cinema
musica da parada
triha sonora no defile

Referências: Wikipédia, IMDB além do site Imagoi.