Manoel Carlos – Vida Vivida
Manoel Carlos Gonçalves de Almeida (São Paulo), também conhecido simplesmente como Maneco, é um autor, escritor, diretor, produtor e ex-ator brasileiro. É pai da atriz Júlia Almeida. A partir da década de 1990 seus trabalhos se tornaram célebres por retratar a sociedade carioca contemporânea, principalmente no bairro do Leblon.
Nome completo: Manoel Carlos Gonçalves de Almeida
Pseudônimo(s): Maneco
Nascimento: 14 de março de 1933 (87 anos)
Naturalidade: São Paulo, SP
Nacionalidade: brasileiro
Ocupação:
Autor escritor diretor produtor ex-ator
Período de atividade: 1950–2014
Prêmios
Grande Oficial da Ordem do Ipiranga
Carreira
1950–77: Excelsior, Record e jornalismo
Um dos pioneiros da televisão brasileira, iniciou sua carreira na década de 1950, fez parte no Grande Teatro Tupi, na extinta TV Tupi, dirigido por Sérgio Britto, Fernando Torres, e Flávio Rangel, no ar por mais de dez anos. Com elenco no qual se destacam Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Natália Thimberg, Fernando Torres, Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti, o teleteatro apresentou um repertório de mais de 450 peças dos maiores autores nacionais e estrangeiros. Dirigiu e produziu programas como a Família Trapo, exibida na TV Record no final dos anos 1960, Esta Noite se Improvisa, O Fino da Bossa (com Elis Regina) e a primeira fase do Fantástico, entre 1973 e 1976.
1978–94: Globo, Band e Manchete
Em 1978 escreve sua primeira telenovela: Maria, Maria, seguida por A Sucessora, ambas adaptações literárias. Em 1980, atua como colaborador de Gilberto Braga em Água Viva, um clássico das telenovelas que abordava justamente os conflitos da burguesia e da classe média cariocas, temática que permearia toda a sua obra desde então, como pode se verificar logo em Baila Comigo (1981), sua primeira novela das 20h e com a sua primeira Helena. Em 1982, larga Sol de Verão pela metade, abalado com o falecimento de Jardel Filho, protagonista da novela e seu amigo pessoal. A novela foi concluída por Gianfrancesco Guarnieri e Lauro César Muniz e saiu do ar antes do previsto. Sai da Rede Globo em seguida, escrevendo duas tramas na Rede Manchete: a minissérie Viver a Vida, em 1984, e a novela Novo Amor, em 1986. Em 1989, escreve a minissérie O Cometa, na Rede Bandeirantes. Volta para a Globo em 1991, quando escreve o sucesso Felicidade, que foi uma livre adaptação da obra de Aníbal Machado e teve a primeira mulher a frente de uma direção geral, Denise Saraceni; foi uma das mais picotadas no Vale a Pena Ver de Novo: 55 capítulos contra 203 da exibição original, nele também o esquema da exibição do último capítulo fugiu ao habitual: exibição do penúltimo capítulo na quinta-feira, reprise do penúltimo na sexta, último no sábado e reprise do último na segunda um pouco antes da novela substituta: Despedida de Solteiro (1992), de Walther Negrão.
Taís Araújo fala de sua Helena de Manoel Carlos, uma virada de chave! – Encontro com Fátima Bernardes
1995–presente: Repercussão e temas sociais
A novela História de Amor (1995), que foi considerada uma comemoração dos trinta anos de carreira da atriz Regina Duarte, que pela primeira vez interpretava um papel no horário das 18 horas e foi também sua primeira de três Helenas, chegou a ter a sua sinopse alterada devido à determinação do Ministério da Justiça, que considerava o tema da paixão de mãe e filha pelo mesmo homem inadequado para o horário. O tema seria discutido às 20 horas, com a marcante Laços de Família em 2000 que também abordava a leucemia como merchandising social. Por Amor, um dos seus maiores sucessos, exibida entre 1997 e 1998, retomava o tema do sacrifício que uma mãe é capaz de fazer pelos filhos, como na novela anterior do autor, História de Amor. Por Amor também abordava temas como bissexualidade, traição, ciúme doentio, troca de bebês, alcoolismo, aborto, jogo do bicho e outros. Ainda escreveria Mulheres Apaixonadas, que foi o grande sucesso de 2003 e teve temas fortes como preconceito social contra os idosos e lésbicas, celibato, alcoolismo, violência doméstica, traição, câncer, romance entre mulheres mais velhas e jovens rapazes, o tormento provocado pelo ciúme e outros.
Apesar de ser mais reconhecido por suas novelas, Manoel Carlos obteve grande sucesso nas duas minisséries que escreveu para a Rede Globo. Presença de Anita, exibida em 2001, foi baseada no romance homônimo de Mário Donato. Presença de Anita também foi a responsável pela maior audiência registrada por uma minissérie na década de 2000, com média de 30 pontos no Ibope. A minissérie bateu outros grandes sucessos como A Muralha e A Casa das Sete Mulheres, que registraram 29 e 28 pontos, respectivamente. Em 2006 escreveu o sucesso Páginas da Vida em que retratava novamente Regina Duarte como sua Helena, uma médica forte e determinada que resolve cuidar de uma criança portadora de síndrome de Down que fora rejeitada pela avó, a perversa Marta, interpretada brilhantemente por Lilia Cabral. Em 2009, o autor escreveria Maysa – Quando Fala O Coração, uma espécie de biografia da cantora Maysa, já falecida. A produção também teve grande sucesso popular e reconhecimento merecido da crítica. Em 2009 escreve Viver a Vida novamente com o bairro do Leblon como cenário principal e Taís Araújo como a Helena da vez. A novela teve audiência razoável, com 36 pontos de média geral, porém o público se identificou e ficou emocionado com o drama de Luciana, vivida por Alinne Moraes, uma modelo que sofre um acidente e tornar-se tetraplégica, para agonia da mãe, a neurótica Teresa vivida por Lília Cabral, que por esse trabalho foi indicada ao prêmio internacional Emmy Awards de 2010.
Manoel Carlos desenvolveu Vale Abraão , projeto que desejava levar ao ar na Rede Globo em formato de telenovela e, posteriormente de minissérie. Inicialmente cogitou-se apresentar na faixa das 23h, após O Astro, sendo que Maneco pretendia levar a produção ao ar, antes de sua última telenovela das 21h, porém a emissora engavetou a produção. Numa entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o autor disse que pretendia levar à minissérie ao ar, após o término de Em Família, o que não veio a acontecer. Em 2014, escreveu a novela Em Família que traz a última Helena do autor interpretada por Júlia Lemmertz e Bruna Marquezine em duas fases diferentes da trama. O folhetim foi um grande fracasso de audiência e recebeu forte rejeição do público e crítica, mesmo tentando repetir as mesmas fórmulas das novelas dos anos 2000 e 1990.
Vida pessoal
Manoel Carlos é pai da escritora e roteirista Maria Carolina e da atriz Júlia Almeida, que atuou em todos os seus trabalhos de História de Amor a Mulheres Apaixonadas. Enfrentou, infelizmente, a morte de três filhos: o dramaturgo e ator Ricardo de Almeida (falecido em 1988 em decorrência de complicações de HIV), com quem coescreveu O Cometa; o diretor Manoel Carlos Júnior, que em 2012 não resistiu a um ataque cardíaco e o estudante de teatro Pedro Almeida, de 22 anos, falecido de mal súbito em 2014, em Nova York.
Formato das obras
Helena
Uma das principais marcas das novelas se Manoel Carlos foi o nome “Helena” em suas protagonistas. Segundo o autor, esta preferência não se deve a nenhuma mulher em especial com este nome em sua vida, mas sim pela admiração que ele tinha pela história mitológica de Helena de Troia, pela força e independência da personagem. Oficialmente, a primeira Helena que o autor credita como precursora de muitas que escreveria na sequência foi interpretada por Lilian Lemmertz em Baila Comigo (1981). Em Sol de Verão (1982) e Novo Amor (1986) o autor deu outros nomes às protagonistas, acreditando naquele momento que já havia cumprido sua homenagem.
No entanto, em 1991 Manoel idealizou retomar o nome como principal pilar de suas obras, escrevendo oito novelas seguidas cujas protagonistas foram Helena: Maitê Proença em Felicidade, Regina Duarte em História de Amor (1995), Por Amor (1997) e, posteriormente, novamente em Páginas da Vida (2006), Vera Fischer em Laços de Família (2000), Christiane Torloni em Mulheres Apaixonadas (2003), Taís Araújo em Viver a Vida (2009) e Júlia Lemmertz em Em Família (2014), fechando o ciclo com a filha da primeira Helena oficial.
Manoel Carlos já havia escrito outras duas protagonistas com o mesmo nome em novelas antes de Lilian: Jane Batista em Helena (1952) e Nívea Maria em Maria, Maria (1978), embora as duas nunca foram creditadas por ele como parte de seu ciclo – a primeira por não ser uma Helena original, mas uma adaptação do livro de mesmo título de Machado de Assis, enquanto a segunda por ser chamada na trama apenas de Maria, embora seu nome completo fosse Maria Helena.
Personagens tradicionais
Um tipo de personagem na galeria de novelas do autor é o de uma jovem revoltada, rebelde e muito difícil de lidar. Esse tipo já foi vivido por Vivianne Pasmanter, como Laura, de Por Amor, que vivia para separar Marcelo (Fábio Assunção), seu grande amor, da sua rival Eduarda (Gabriela Duarte). A vilã chegou a engravidar de Marcelo para separá-los, mas ao final, o amor deles foi mais forte. Além de Laura, Vivianne Pasmanter também viveu a megera Débora Meirelles, de Felicidade, a jovem que depois do reencontro de seu marido Álvaro (Tony Ramos) com Helena (Maitê Proença), não deu mais paz a esta, ameaçando sua filha Bia (Tatyane Goulart) várias vezes, além de disparar crueldades a Helena. Vivianne interpretou ainda a espirituosa Shirley, de Em Família, que sempre fez de tudo para humilhar Helena (Júlia Lemmertz), ressentida pelo fato de que o homem que amava, Laerte (Gabriel Braga Nunes), era obcecado pela sua rival. Outra personagem inesquecível foi vivida pela atriz Deborah Secco, em Laços de Família. Era a rebelde Íris, que infernizou a vida da sobrinha Camila (Carolina Dieckmann) por ela ter roubado o namorado da mãe Helena (Vera Fischer), usando sempre o apelido Judas para irritar e humilhar a garota. Também pela atriz Carolina Ferraz, que interpretou a rica e mimada Paula Sampaio Moretti de História de Amor, capaz de qualquer loucura para manter seu relacionamento com Carlos Alberto, vivido por José Mayer. Regiane Alves foi uma das que mais viveu tipos revoltados e cruéis em tramas do escritor, como em Laços de Família, no papel da ressentida e invejosa Clara, em Páginas da Vida, como a mimada e psicopata Alice, e principalmente em Mulheres Apaixonadas, na pele da terrível Dóris, que maltratava os avós, vividos pelos atores Oswaldo Louzada e Carmem Silva. Ainda em Mulheres Apaixonadas existia a homofóbica Paulinha, vivida por Roberta Gualda, que infernizava a vida do casal de garotas homossexuais do colégio, vividas por Alinne Moraes e Paula Picarelli. Também Danielle Winits, como a ambiciosa Sandra que humilhava os pais e as pessoas à sua volta, pelo descontentamento com a sua condição social e pelo desejo de subir na vida, em Páginas da Vida. E ainda Adriana Birolli, como a invejosa Isabel de Viver a Vida, que tinha raiva das duas irmãs, Luciana (Alinne Moraes) e Mia (Paloma Bernardi), por estas terem mais atenção dos pais do que ela.
De igual forma, outra personagem feminina recorrente é a da jovem ingrata e mimada, de feitio moralista. Os principais exemplos são: Joyce, interpretada por Carla Marins em História de Amor, que chegou a botar a mãe, Helena (Regina Duarte) para fora de casa, nas últimas semanas da novela, e sempre maltratava os outros à sua volta, tratando até entes queridos de forma arrogante e grosseira; Maria Eduarda, personagem de Gabriela Duarte em Por Amor, uma moça inicialmente mimada, petulante e antipática, mas que conseguiu reverter essa posição ao longo da novela, se tornando uma pessoa melhor e uma mulher madura e inteligente; a Camila de Carolina Dieckmann, em Laços de Família, um dos tipos mais criticados da novela, por ter se apaixonado pelo namorado da sua própria mãe, Helena (Vera Fischer), fazendo a mãe abandonar a relação com Edu (Reynaldo Gianecchini); Marina, vivida por Paloma Duarte em Mulheres Apaixonadas, uma moça insegura e briguenta que tinha um cíume obssessivo do marido Diogo (Rodrigo Santoro); a Olívia de Ana Paula Arósio em Páginas da Vida, uma rival de Helena e com a ajuda de Léo (Thiago Rodrigues), entra na justiça para conseguir a guarda de Clara (Joana Mocarzel); Luciana, interpretada por Alinne Moraes em Viver a Vida, uma modelo e rival de Helena (Taís Araújo) que acaba se transformando na protagonista da novela na sua luta ao ficar paraplégica; e finalmente a Luiza de Bruna Marquezine, em Em Família. Manoel Carlos ainda usa alguns nomes constantes em seus personagens, além das famosas Helenas, como Dr. Moretti, médico que, segundo ele, salvou sua vida; Alice, Marta, Luciana, Pedro, Miguel, Laerte, Fernando, Leonardo, Raquel, Marina, Fred, Clara, Lídia, Sandra, Isabel, César, Márcia, Sílvia, Débora, Rafaela entre outros.
Por fim, outro tipo de personagem recorrente na obra do autor é a da mulher fina, bem vivida, viajada, requintada, e que muitas vezes nutre antipatia pelas Helenas ou por outros perfis do enredo. Foi assim em Baila Comigo, como a refinada Marta Gama, vivida por Tereza Rachel, uma mulher fútil, que escondia a sua origem humilde e não gostava de Helena (Lilian Lemmertz), também em História de Amor, como a divertida, bem vivida e falida Zuleika (Eva Wilma), que perdia os seus bens no decorrer da trama, mas não perdia a pose; em Por Amor, a inesquecível vilã Branca Letícia de Barros Mota, vivida por Susana Vieira, um dos tipos mais lembrados da galeria de Manoel Carlos, uma megera espirituosa e inteligente, mas ardilosa, falsa e que disparava inúmeras frases cruéis e sem sutileza para várias pessoas, como os filhos Leonardo (Murilo Benício), a quem humilhava constantemente, e Milena (Carolina Ferraz), além de Helena (Regina Duarte), por quem chegou a nutrir antipatia por ter engravidado do seu grande amor, Atílio (Antônio Fagundes). Branca chegou a praticar maldades, como forjar um flagrante para que o namorado de Milena, Nando (Eduardo Moscovis) fosse preso; também Alma Flora Pirajá de Albuquerque (Marieta Severo) em Laços de Família, uma mulher culta, amiga dos seus amigos, porém dura e direta com quem antipatizava, à exemplo de Helena (Vera Fischer), a quem chegou a acusar de seduzir o seu sobrinho Edu (Reynaldo Gianecchini), e Camila (Carolina Dieckmann), a quem vivia dizendo que aparentava ser fraquinha e doentinha; também em Mulheres Apaixonadas teve a espirituosa Lorena, vivida novamente por Susana Vieira, que não chegava a ser maldosa como Branca, vivida pela mesma atriz em Por Amor, mas também tinha frases ácidas e muitas filosofias sobre a vida. Ainda em Mulheres Apaixonadas, existia a megera Marta Moretti, interpretada por Marly Bueno, que vivia discordando do relacionamento do filho Cláudio (Erik Marmo) com duas mulheres de classe média, Edwiges (Carolina Dieckmann) e Gracinha (Carol Castro); em Viver a Vida, na pele de Tereza, papel de Lília Cabral, uma mulher rica, fina e que não tolerava a presença de Helena (Taís Araújo) e nem a sua relação com Marcos (José Mayer). Não requintada e nem rica, porém igualmente intolerante e cruel era a vilã Marta Toledo Flores, outra personagem de Lília Cabral, em Páginas da Vida de 2006, uma mulher preconceituosa, retrógrada e amargurada que rejeitava a própria neta, Clara (Joana Mocarzel), após descobrir que esta tinha Síndrome de Down. Marta ainda vivia humilhando a filha Nanda (Fernanda Vasconcellos), por não concordar com a sua gravidez, e mesmo após a morte da mesma, não poupava palavras para repudiar a garota.
Os atores Tony Ramos, José Mayer, Natália do Vale e Júlia Almeida contabilizam cinco atuações em suas novelas, esta última filha do autor participou também da minissérie Presença de Anita; Lília Cabral, Helena Ranaldi, Vivianne Pasmanter e Susana Vieira contabilizam quatro atuações; Regina Duarte, Regiane Alves, Carolina Dieckmann, Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini contabilizam três atuações. A atriz Marly Bueno, falecida em 12 de abril de 2012, é, possivelmente, a recordista em atuações em suas novelas: seis participações (das últimas sete novelas do autor, só não atuou em Viver a Vida, pois em 2009 participou da novela Poder Paralelo, da Rede Record).
Cenas marcantes
Durante a sua carreira, Maneco foi responsável por várias cenas marcantes da teledramaturgia em suas novelas. Como o reencontro dos gêmeos Quinzinho e João Victor Gama (Tony Ramos), em Baila Comigo; o abraço de Bia (Tatyane Goulart) em Álvaro (Tony Ramos) após descobrir que ele é seu pai, em Felicidade; a briga no posto de gasolina entre Helena (Regina Duarte) e Paula (Carolina Ferraz), em História de Amor; Helena (Regina Duarte) fazendo a troca dos bebês, num momento cheio de tensão e a mocinha Eduarda (Gabriela Duarte) jogando Laura (Vivianne Pasmanter), de cadeira de rodas na piscina, em Por Amor; a antológica cena de Camila (Carolina Dieckmann) raspando a cabeça em Laços de Família, e a morte de Ingrid (Lília Cabral) na mesma novela; o tiroteio que vitimou Fernanda (Vanessa Gerbelli), em Mulheres Apaixonadas, e o vilão Marcos (Dan Stulbach) agredindo Raquel (Helena Ranaldi) com uma raquete, também na mesma novela; a morte de Nanda (Fernanda Vasconcellos) em Páginas da Vida; o acidente de Luciana (Alinne Moraes) e a mesma recebendo a confirmação da sua paraplegia em Viver a Vida, além do acerto de contas entre Helena (Taís Araújo) e Teresa (Lilia Cabral), entre muitas outras.
Casais marcantes
Outro grande destaque das novelas de Manoel Carlos é a presença de casais marcantes compondo o enredo das tramas. Como em Baila Comigo, com Caê (Lauro Corona) e Débora (Beth Goulart); em Sol de Verão, o mudo Abel (Tony Ramos) e a jovem Clara (Débora Bloch); em Felicidade, os protagonistas Álvaro (Tony Ramos) e Helena (Maitê Proença); em História de Amor, com Bruno (Cláudio Lins) e Joyce (Carla Marins) ou Helena (Regina Duarte) e Carlos (José Mayer); em Por Amor, Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Eduardo Moscovis), casal de grande sucesso e que foi um dos grandes destaques da trama, e também Helena (Regina Duarte) e Atílio (Antônio Fagundes), Eduarda (Gabriela Duarte) e Marcelo (Fábio Assunção) e Catarina (Carolina Dieckmann) e Leonardo (Murilo Benício); em Laços de Família, principalmente Capitu (Giovanna Antonelli) e Fred (Luigi Baricelli) e Helena (Vera Fischer) e Miguel (Tony Ramos), além de Helena e Edu (Reynaldo Gianecchini); em Páginas da Vida, marcaram também o casal Isabel (Vivianne Pasmanter) e Renato (Caco Ciocler), além de Thelminha (Grazi Massafera) e Jorge (Thiago Lacerda); em Viver a Vida, marcou o público a história de superação de Luciana (Alinne Moraes e seu romance com Miguel (Mateus Solano); e em Em Família, o casal homossexual Marina e Clara, vividas respectivamente por Tainá Muller e Giovanna Antonelli. Mulheres Apaixonadas, a décima novela do autor, exibida em 2003, talvez seja a recordista em casais que marcaram o telespectador: Edwiges (Carolina Dieckmann) e Cláudio (Erik Marmo); Luciana (Camila Pitanga) e Diogo (Rodrigo Santoro); Estela (Lavínia Vlasak) e o Padre Pedro (Nicola Siri); Helena (Christiane Torloni) e César (José Mayer); e as homossexuais Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli), consideradas o primeiro casal lésbico bem aceito da TV brasileira.
Bossa Nova
Em suas novelas se tornou marcante trilhas sonoras com grandes sucessos da Bossa Nova, como: “Sei lá... A vida sempre tem razão!”, de Vinícius de Moraes, cantada por Tom Jobim, Chico Buarque e Miúcha na abertura de Viver a Vida; Falando de Amor, composição de Tom Jobim que embalou a abertura de Por Amor; “Wave”, também composta por Jobim, em sua versão instrumental feita para a abertura de Páginas da Vida; “Corcovado” (Quiet Nights), presente na abertura de Laços de Família; e “Pela Luz dos olhos teus”, eternizada na abertura de Mulheres Apaixonadas, outro sucesso nas vozes de Tom e Miúcha.
Uma curiosidade que também perneia a obra de Manoel Carlos é a presença do produtor musical Alberto Rosenblit por trás da trilha incidental das novelas do autor. Alberto trabalhou com Maneco em todas as suas obras de Por Amor a Páginas da Vida, incluindo a minissérie Presença de Anita.
Obras internacionais
Também escreveu textos e telenovelas para vários países, como as séries ‘Vivir la Vida’ (1986), um adaptação da minissérie ‘Viver a Vida’ da TV Manchete, Una Família Como Outra Qualquer (história original em 1987), e as novelas El Círculo (original), Brilho (uma adaptação da novela brasileira ‘Novo Amor’ em 1987), La Sombra de la Otra (com a história de irmãs gêmeas separadas, em 1987), e La Intrusa (uma versão de ‘A Sucessora’), para tvs da Colômbia; e El Magnate, para a televisão estadunidense, em 1990. A Sucessora ainda teve duas outras adaptações no exterior, a primeira com o título de Manuela, em 1991, uma coprodução entre tvs da Argentina e da Itália, e com o nome de Isabella, Una Mujer Enamorada, em 1999, no Peru.
Carreira
Telenovelas
1952: Helena / Autor principal / TV Paulista
1952: Nick Chuck/ Autor principal / TV Paulista
1978: Maria, Maria / Autor principal / Rede Globo
1978: A Sucessora / Autor Principal / Rede Globo
1980: Água Viva / Autor Principal / Gilberto Braga / Rede Globo
1981: Baila Comigo / Autor Principal / Rede Globo
1982: Sol de Verão / Autor Principal / Lauro César Muniz e Gianfrancesco Guarnieri / Rede Globo
1986: Novo Amor / Autor Principal / Rede Manchete
1991: Felicidade / Autor Principal / Rede Globo
1995:História de Amor / Autor Principal / Rede Globo
1997: Por Amor / Autor Principal / Rede Globo
2000: Laços de Família / Autor Principal / Rede Globo
2003: Mulheres Apaixonadas / Autor Principal / Rede Globo
2006: Páginas da Vida / Autor Principal / Rede Globo
2009: Viver a Vida / Autor Principal / Rede Globo
2014: Em Família / Autor Principal / Rede Globo
Séries e minisséries
1967–1971: Família Trapo / Autor principal e diretor geral / RecordTV
1979: Malu Mulher / Colaborador Daniel Filho / Rede Globo
1984: Viver a Vida / Autor principal / Rede Manchete
1984: Joana / Autor principal / Rede Manchete
1989: O Cometa / Autor Principal / Rede Bandeirantes
1993: Caso Especial / Roteirista Episódio: “O Besouro e a Rosa” / Rede Globo
2001: Presença de Anita / Autor principal / Rede Globo
2009: Maysa – Quando Fala o Coração / Autor Principal / Rede Globo
2015: Não se apega, não / Supervisão de texto Isabela Freitas / Rede Globo
Programas
1958: Iaiá Garcia / Autor principal e ator / TV Paulista
1960: Hebe Camargo / Autor principal produtor e diretor / Rede Record
1962: Corte-Rayol Show / Autor principal e diretor geral / Rede Record
1963: Chico Anysio Show / Autor principal / TV Rio
1966: Bossaudade / Autor principal / Rede Record
1996: O Fino da Bossa/ Autor principal / Rede Record
1967: Pra ver a banda passar/ Autor principal / Rede Record
1967: Show do 7/ Autor principal / Rede Record
1968: Esta noite se improvisa / Produtor e diretor / Autor principal / Rede Record
1968: Alianças para o sucesso / Produtor e diretor / Autor principal / Rede Record
1973: Globo Gente /Diretor geral E Autor principal / Rede Globo
1973: Fantástico / Diretor geral / Rede Globo
1975: TV: Ano 25 / Autor principal diretor geral e editor/ Rede Globo
1976: Convocação Geral / Diretor geral / Rede Globo
Especiais de fim de ano
1960:Brasil / 60 diretor geral / TV Excelsior
1961:Brasil 61 / 60 diretor geral / TV Excelsior
1962:Brasil 62 / 60 diretor geral / TV Excelsior
1963Brasil 63 / 60 diretor geral / TV Excelsior
Teatro
Como ator
1950 – O urso
1951 – Juventude sem dono
1952 – Society in baby doll
1953 – A valsa do imperador
1954 – O canto da cotovia
Como diretor
1971 – Chico Buarque
1977/83 – Série Seis e meia
Bibliografia
1958 – Fernando Pessoa: uma luz sobre vários poetas
1982 – Bicho alado
2001 – Presença de Anita – roteiro da minissérie
2005 – Off: uma história de teatro
2006 – A arte de reviver
Prêmios e indicações
Troféu Imprensa
1961:Melhor Produtor de TV / Manoel Carlos / Venceu
1966:Melhor Produtor Musical / Manoel Carlos / Venceu
1982:Melhor Novela / Baila Comigo / Indicado
1996:Melhor Novela / História de Amor / Indicado
1998:Melhor Novela / Por Amor / Venceu
2001:Melhor Novela / Laços de Família / Venceu
2004:Melhor Novela / Mulheres Apaixonadas / Venceu
2007:Melhor Novela / Páginas da Vida / Venceu
2010:Melhor Novela / Viver a Vida / Indicado
Troféu Internet
2001: Melhor Novela / Laços de Família / Venceu
2007: Melhor Novela / Páginas da Vida / Venceu
2014: Melhor Novela / Em Família / Indicado
Prêmio Contigo!
1998: Melhor Novela / Por Amor / Venceu
1998: Melhor Autor / Manoel Carlos / Venceu
2002: Melhor Série ou Minissérie / Presença de Anita / Venceu
2004: Melhor Novela / Mulheres Apaixonadas / Venceu
2004: Melhor Autor / Manoel Carlos / Venceu
2007: Melhor Novela / Páginas da Vida / Venceu
2007: Melhor Autor / Manoel Carlos / Venceu
2010: Melhor Novela / Viver a Vida / Indicado
2010: Melhor Série ou Minissérie / Maysa: Quando Fala o Coração / Venceu
2010: Melhor Autor / Manoel Carlos / Indicado
2014: Melhor Novela / Em Família / Indicado
Prêmio Extra de Televisão
2000: Melhor Novela / Laços de Família / Venceu
2001: Melhor Novela ou Minissérie / Presença de Anita / Venceu
2003: Melhor Novela / Mulheres Apaixonadas / Venceu
2006: Melhor Novela / Páginas da Vida / Venceu
2009: Melhor Série / Maysa: Quando Fala o Coração / Venceu
2010: Melhor Novela / Viver a Vida / Indicado
2014: Melhor Novela / Em Família / Indicado
Prêmio Quem de Televisão
2009: Melhor Autor / Manoel Carlos / Venceu
2010: Melhor Autor / Manoel Carlos / Indicado
Outros prêmio
1997
- “APCA” – melhor novela: Por Amor
2001
- “Festival Latino Americano de Cine, Vídeo e TV de Campo Grande” – melhor novela: Laços de Família
- “Festival Latino Americano de Cine, Vídeo e TV de Campo Grande” – melhor autor
2003
- “Prêmio Conta Mais” – melhor novela: Mulheres Apaixonadas
- “Prêmio Qualidade Brasil” SP – melhor novela: Mulheres Apaixonadas
- “Prêmio Qualidade Brasil” SP – melhor autor
- “Prêmio Qualidade Brasil” RJ – melhor novela: Mulheres Apaixonadas
- “Prêmio Qualidade Brasil” RJ – melhor autor
- “Troféu Leão de Ouro” (atual “Troféu Leão Lobo”) – melhor novela: Mulheres Apaixonadas
- “Troféu Leão de Ouro” (atual “Troféu Leão Lobo”) – melhor autor
2009/2010
- “Troféu Raça Negra” – prêmio especial: Viver a Vida
- “Top Of Business” – melhor autor: Viver a Vida
- Grande Oficial da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.