Maria Firmina dos Reis

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Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista do Brasil

Nome: Maria Firmina dos Reis
Nasceu: 11 de março de 1822 – São Luís, MA
Signo: Peixes
Altura: 1,62m Aprox.
Peso:  72kg Aprox.
Fortuna:
Olhos: Pretos
Calçado: 37 Aprox.
Nacionalidade: Brasileira
Criança: Maria Firmina nunca teve filhos
Cônjuge/Marido: Maria Firmina nunca se casou
Ocupações: Escritora e educadora
Faleceu:
11 de novembro de 1917 (aos 95 anos) – Guimarães, MA

 

 

Vida Pessoal

A escritora brasileira Maria Firmina dos Reis é lembrada. Considerada a primeira romancista negra brasileira. O livro “Úrsula”, considerado o primeiro romance abolicionista brasileiro, foi publicado por ela em 1859. A obra conta a história de um triângulo amoroso em que as protagonistas são mulheres negras que abre uma questionamento no sistema escravocrata.

Biografia

Juventude e família

Maria Firmina nasceu em 11 de março de 1822, na ilha de São Luís, no Maranhão. Foi batizada em 21 de dezembro de 1825, como resultado de uma doença que a atingiu em seus primeiros anos de vida.

Segundo os autos, a escritora foi batizada no convento de Nossa Senhora da Vitória em São Luís do Maranhão, tendo como padrinhos o capitão militar João Nogueira de Souza e Nossa Senhora dos Remédios. Sua paternidade e data de nascimento não foram divulgados.

Para entrar no concurso público para a cadeira de primeiras letras na vila de São José de Guimarães, em 25 de junho de 1847, Maria Firmina solicitou nova certidão de nascimento. Neste documento, ela deu sua data de nascimento como sendo em 11 de março de 1822, e o nome da mãe, Leonor Felipa, antepassada, tendo o procedimento finalizado em 13 de julho de 1847.

Leonor Felipa foi a escrava do grande empresário Caetano José Teixeira, que veio a falecer em 1819. Teixeira era proprietário de terras na vila de São José de Guimarães e proprietário de uma empresa que desenvolveu extensos negócios nos finais da era colonial e na início do período imperial.

Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora negra no Brasil imagoi
Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora negra no Brasil

Tanto a certidão de nascimento quanto o registro d batismo de 1847 no que diz respeito ao nome do pai de Maria Firmina, que consta apenas no seu prontuário de óbito, arquivado em 17 de novembro de 1917, sob o nome de João Pedro Esteves.

João Pedro Esteves, homem de fartura, era casado com a ex-dono de sua mãe, escrava Leonor Felipa. Várias fontes afirmam que sua mãe era seria prima do escritor Francisco Sotero dos Reis, embora não tenham certeza da fundação e grau.

Mudou-se com a família para a aldeia de São José de Guimarães, no continente, por volta de 1830 e passou uma parte de sua vida morando com uma tia materna que estava em melhor situação financeira.

Em 1847, Maria Firmina dos Reis competiu à cadeira de local de Instrução Primária. Depois de ser aprovada, ela exerce de 1847 a 1881 como professora de primeiras línguas. Maria Firmina foi casada.

Estátua de Maria Firmina na praça do Pantheon, em São Luís, Maranhão imagoi
Estátua de Maria Firmina na praça do Pantheon, em São Luís, Maranhão

Carreira

O romance “Úrsula”, publicado em 1859, é considerado o primeiro romance da autora. Em 1887, foi publicado na Revista Maranhense “A Escrava” o conto que narra a trajetória de uma militante da causa abolicionista.

A poucos quilómetros de Guimarães, em Maçaricó, Maria Firmina fundou uma escola gratuita e aberta a todos os alunos que não tinham condições de pagar.

Anos antes de se aposentar, Maria ministrava as aulas em um barracão em propriedade de um senhor de engenho, para o qual se deslocava todas as manhãs em uma carruagem puxada por bois. A educadora ministrava aulas às filhas deste, aos outros que se agrupavam e alunos que ela mesma levava. Maria Firmina tinha 54 anos e 34 anos de carreira magistral oficial.

A acadêmica Norma Telles descreveu a atitude de Maria Firmina como “um experimento usado para a época”. Esse movimento estimulante decorre de lutas das feministas brasileiras pela igualdade de acesso à educação para as mulheres no final do século XIX.

Participando da vida intelectual maranhense, Maria Firmina dos Reis trabalhou na imprensa local, publicou livros, colaborou em antologias, foi também compositora e musicista, além de todas as atividades acima mencionadas.

O autor era um abolicionista; quando foi admitida no corpo docente aos 22 anos, sua mãe queria que ela aceitasse o prêmio de palanquim, mas a autora decidiu receber a pé, dizendo – lhe: “Negro não é animal para se andar montado nele”. Também chegou a compor um “Hino da Abolição dos Escravos”.

Como resultado de ter “uma compleição débil, e acanhada” e, completa dizendo que Maria “não poderia deixar de ser uma criatura frágil, tímida, e por consequência, melancólica”.

Quando ela tinha cerca de 85 anos, aqueles que a conheciam a descreviam como sendo parda, pequena, olhos escuros, de rosto iluminado, cabelos crespos e grisalhos sempre presos, rente a nuca, olhos escuros.

Uma ex – aluna a descreveu como uma professora enérgica que falava baixo e com clareza, evitava o castigo físico e, em vez disso, aconselhava os alunos.

Todos os moradores de Guimarães que passavam paravam à sua porta para trocar vivas, que ela retribuía com um discurso autêntico. Era contida, mas acessível, valorizada pelos alunos e pela população local.

Maria Firmina dos reis, autora de livro precursor da temática abolicionista imagoi
Maria Firmina dos reis, autora de livro precursor da temática abolicionista

Morte

A autora acabou falecendo aos 95 anos, pobre e cega, na residência de “Mariazinha”, ex – escrava e mãe de um dos seus filhos por criação. Uma mulher singular entre os ônibus da Praça do Panteão de São Luís, que homenageiam importantes literatos de Maranhão.

Homenagens

Maria Firmina dos Reis foi celebrada em um doodle do Google no dia 11 de agosto de 2019, em homenagem ao seu 194º aniversário.

Obra

Conceição Evaristo expõe a “escrevivência” como o relato escrito de um corpo, de uma circunstância, de uma conhecimento negro no Brasil. O corpo é o primeiro integra da escrevivência, reportando – se à proporção subjetiva de ser negro. A educadora deixa um arquétipo de impressões ao longo da vida, marcadas na pele e na luta permanente pela afirmação e inversão de estereótipos.

O segundo componente, a posição da mulher negra, apresenta vários problemas herdados da situação colonial, uma vez que essas mulheres eram exploradas em várias esferas por meio da escravidão.

Como a história da literatura incide diretamente sobre o presépio e, consequentemente , sobre a construção de estereótipos de gênero, ferramenta utilizada para fortalecer a dominação masculina, é possível ver a escrita de Maria Firmina dos Reis na representação de suas personagens negras.

Nas palavras de Eduardo de Assis Duarte, “nasce de uma perspectiva outra, pela qual a escritora, irmanada aos cativos e seus descendentes, expressa, pela via da ficção, seu pertencimento a este universo de cultura”. Maria Firmina identifica – se o personagem negro em sua perspectiva humana e concede a ele um posição como sujeito do discurso, o que revela uma profunda identificação com o sujeito negro.

Coletânea de livros da autora Maria Firmina dos Reis imagoi
Coletânea de livros da autora Maria Firmina dos Reis

Lista de obras

Seleção retirada do livro Escritoras Brasileiras do Século XIX: Antologia

  • Úrsula. Romance, 1859
  • Gupeva. Romance, 1861/1862 (O jardim dos Maranhenses) e 1863 (Porto Livre e Eco da Juventude)
  • Poemas em: Parnaso maranhense, 1861
  • A escrava. Conto, 1887 (A Revista Maranhense n°3)
  • Cantos à beira-mar. Poesias, 1871
  • Hino da libertação dos escravos. 1888
  • Poemas em: A Imprensa, Publicador Maranhense; A Verdadeira Marmota; Almanaque de Lembranças Brasileiras; Eco da Juventude; Semanário Maranhense; O Jardim dos Maranhenses; Porto Livre; O Domingo; O País; A Revista Maranhense; Diário do Maranhão; Pacotilha; Federalista.
  • Composições musicais: Auto de bumba-meu-boi (letra e música); Valsa (letra de Gonçalves Dias e música de Maria Firmina dos Reis); Hino à Mocidade (letra e música); Hino à liberdade dos escravos (letra e música); Rosinha, valsa (letra e música); Pastor estrela do oriente (letra e música); Canto de recordação (“à Praia de Cumã”; letra e música).

     

    Retrato em homenagem a Maria Firmina imagoi
    Retrato em homenagem a Maria Firmina

     

    Maria Firmina dos Reis, homenageada da Flip 2022 imagoi
    Maria Firmina dos Reis, homenageada da Flip 2022

     

    Desenho retratando maranhense Maria Firmina, escritora e a primeira mulher a passar em um concurso público imagoi
    Desenho retratando maranhense Maria Firmina, escritora e a primeira mulher a passar em um concurso público

     

    Maria Firmina dos Reis, a Patrona do Fliaraxá, arte por Tom Farias - 10º Festival Literário de Araxá imagoi
    Maria Firmina dos Reis, a Patrona do Fliaraxá, arte por Tom Farias – 10º Festival Literário de Araxá

Referências: Wikipédia e Imagoi