Rita Lee

Rita Lee Jones de Carvalho OMC (São Paulo, 31 de dezembro de 1947), conhecida como Rita Lee, é uma cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira, de ascendência norte-americana e italiana. É conhecida como a “Rainha do Rock Brasileiro”. Rita alcançou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo a quarta artista mais bem-sucedida neste sentido no Brasil, atrás de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nélson Gonçalves. Ela construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new wave, a MPB, bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.

Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970, sobretudo as mulheres. Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978), Lee participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina,tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, “Reza”, “Menino bonito” , “Flagra” e “Doce vampiro”, entre outras, as mais populares. O álbum, Fruto Proibido (1975), lançado juntamente com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.

Em 1976, Lee começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então ele tem sido o parceiro da maioria de suas canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. Eles tiveram três filhos, entre eles Beto Lee, também guitarrista, que acompanha os pais nos shows. Rita Lee também é vegana e defensora dos direitos dos animais. Com uma carreira que alcançou os 50 anos, Rita Lee passou da inovação e do gueto musical do final dos anos 1960 e anos 1970 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 1980 e uma revolução musical. e já se apresentou com inúmeros artistas que variam de Elis Regina, João Gilberto à banda Titãs. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira, onde Rita Lee ocupa o 15° lugar.

 

  • Nome completo: Rita Lee Jones de Carvalho
  • Conhecido(a) como: Rainha do Rock Brasileiro
  • Nascimento: 31 de dezembro de 1947 (74 anos)
  • Local de nascimento: São Paulo, SP
    Brasil
  • Nacionalidade: brasileira
  • Gênero(s): Rock,pop rock,new wave, rock psicodélico
  • Ocupação(ões): cantora,compositora,multi-instrumentista,atriz,escritora,ativista
  • Cônjuge: Arnaldo Baptista (c. 1968–72)
    Roberto de Carvalho (c. 1976)
  • Filho(s): Beto Lee (n. 1977)
    João (n. 1979)
    Antônio (n. 1981)
  • Instrumento(s): vocal,violão,guitarra,flauta,teremim,bateria,baixo,piano,gaita,mellotron,moog,auto-harpa
  • Extensão vocal: Mezzo-soprano
  • Período em atividade: 1964–presente
  • Gravadora(s): Phonogram,PolyGram,Polydor,Philips,EMI,Som Livre,Universal Music,Abril Music,Biscoito Fino
  • Afiliação(ões): Os Mutantes,Tutti Frutti,Cilibrinas do Éden,Roberto de Carvalho
  • Página oficial: ritalee.com.br

 

Infância e início na música

Nascida na véspera de Ano-Novo, em uma família de classe média paulistana, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904–1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos confederados do Alabama e do Tennessee estabelecidos em Santa Bárbara d’Oeste, e de Romilda Padula (1904-1986), também paulista, filha de imigrantes italianos da região do Molise, no sul da Itália. Seus pais tinham outras duas filhas: Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. O “Lee” é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano. Originalmente, seu primeiro nome era planejado para ser Bárbara, em homenagem à santa, mas na hora do batizado resolveram homenagear a avó materna, que se chamava Clorinda, mas tinha o apelido de Rita.

Rita Lee nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho. Em entrevistas, revelou que este bairro é especial para ela, já que lá tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida.

Ela foi educada no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur. A artista é poliglota, e fala fluentemente português, sua língua materna, inglês, francês, castelhano e italiano. Rita chegou a ingressar no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo, em 1968, na mesma turma da atriz Regina Duarte. Assim como Regina, Rita abandonou o curso no ano seguinte.

Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock, mas ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, dentista. Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito Madi, João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.

Na adolescência passou a se interessar por música, começando a compor suas primeiras canções. Junto de alguns amigos, começou a se apresentar em clubes da região como componente do “Tulio’s trio”. Em 1963 formou um conjunto musical com mais duas garotas, as Teenage Singers, que faziam pequenos shows em festas colegiais. No ano seguinte elas conheceram o trio masculino Wooden Faces, nesse mesmo ano, faz sua primeira gravação, fazendo vocais para um álbum de Prini Lorez. Teenage Singers e Wooden Faces se juntaram, formando o Six Sided Rockers, banda que depois se chamará Os Seis, que chega a gravar um disco compacto com duas músicas. Com a saída de três componentes, sobram Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias que passam a se chamar “Os Bruxos”. Por sugestão de Ronnie Von, o grupo passou a chamar-se “Os Mutantes”.

Carreira

Os Mutantes (1966-1972)

Por um período de seis anos, Rita Lee foi, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, integrante da banda Os Mutantes, cantando, tocando flauta e percussão, além de performances bissextas no sintetizador, no banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (como na música “Caminhante Noturno”) e uma bomba de dedetização (em “Le Premier Bonheur du Jour”) e sendo letrista. Em 1967, a banda acompanhou Gilberto Gil no III Festival de Música Popular Brasileira da (TV Record) na apresentação da canção “Domingo no parque”.

Foram gravados seis álbuns (tendo o primeiro, de 1968, como uns dos álbuns mais importantes da história da música brasileira), que deram origem a hits como “A Minha Menina”, “Dom Quixote”, “Balada do Louco”, “Dois Mil e Um” e “Ando Meio Desligado”. Entre 1968 e 1972, Rita Lee foi casada com o companheiro de banda Arnaldo (o divórcio seria assinado somente em 1977).

Acompanhada dos componentes dos Mutantes, Lee gravou dois discos solo. O primeiro foi Build Up (1970), com algumas composições em parceria com Arnaldo Baptista, que originalmente era o repertório de um show que foi feito exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de São Paulo). Deste disco saiu seu primeiro single solo, “José” (uma versão de Nara Leão para o hino francês “Joseph”). O segundo disco, Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972), foi lançado com o seu nome pois Os Mutantes já tinham lançado disco naquele ano e a gravadora não permitiu que gravassem outro. Com isso, Os Mutantes gravaram e só a Rita assinou.

Em decorrência do fim de seu casamento com Arnaldo e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda estava tomando, Rita foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo. Dentre distintas histórias e controvérsias, ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o virtuosismo necessário para tocar o rock progressivo, novo interesse da banda. A informação de Rita acabou se tornando uma grande discussão. Alguns diziam que ela teria saído do grupo. Entretanto, em 2007, Arnaldo admitiu em entrevista: “Mandei a Rita embora dos Mutantes”.

Tutti Frutti e consagração nacional (1973-1978)

Rita Lee em foto de 1972.

Formou com a amiga Lúcia Turnbull uma dupla no estilo folk rock, As Cilibrinas do Éden, cuja única gravação, ao vivo, no festival Phono 73, foi lançada recentemente, mais de 35 anos depois.

Rita Lee e Lúcia desistem da dupla e formam a banda Tutti Frutti com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. Rita, além de cantar, tocou piano, sintetizador, gaita e violão. Um contrato com a gravadora Philips é assinado, mas esta exige que o grupo assine como “Rita Lee & Tutti-Frutti”. O que seria o primeiro disco do grupo não é lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os executivos, que o consideraram “alternativo demais”. Eles voltam ao estúdio e Atrás do Porto Tem uma Cidade é gravado e lançado em 1974.

Em 1975, é lançado Fruto Proibido pela Som Livre. O disco, que contém os sucessos “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Roque Enrow” e “Ovelha Negra”, se tornou um clássico do rock brasileiro, vendendo mais de 200 mil cópias na época, dando a Rita o título de “Rainha do Rock Brasileiro“.

O terceiro disco, Entradas e Bandeiras, é lançado em 1976, com o singles “Coisas da Vida”, “Corista de Rock” e “Com a Boca No Mundo”. O disco também contava com a faixa “Bruxa Amarela”, que foi composta por Raul Seixas e Paulo Coelho. Devido a uma crise de estresse, Lee fica afastada do processo de mixagem deste disco, fato que ocasiona em um som mais pesado com a nítida predominância da guitarra de Carlini. No mesmo ano conhece o músico carioca Roberto de Carvalho e inicia uma parceria musical/amorosa de sucesso, que segue até os dias atuais.

Em agosto do mesmo ano, durante sua primeira gravidez e morando com Roberto, foi presa por porte e uso de maconha. Na verdade, tal episódio, considerado um dos mais truculentos da ditadura militar, foi um ato do regime com a finalidade de “servir de exemplo à juventude da época”, já que a cantora alegou que tinha deixado de usar drogas por causa da gravidez e que o que foi encontrado na época seriam restos usados por amigos e frequentadores da casa. Mesmo assim, Lee foi condenada e ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows. Abalada e sem dinheiro, compôs com Paulo Coelho a polêmica “Arrombou a Festa”, música que criticava o cenário da MPB da época, cujo compacto vendeu mais de 250 mil cópias.

Com o namorado definitivamente incorporado à banda, Rita fica livre da prisão domiciliar e, mesmo grávida, sai em turnê com Gilberto Gil. O show, denominado Refestança, foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera do show. Rita dá à luz seu primeiro filho, Beto Lee em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981, todos tendo Roberto de Carvalho como pai.

Em 1978, a banda lança o disco Babilônia, que produziu os singles bem-sucedidos “Jardins da Babilônia”, “Agora é Moda” e “Eu & Meu Gato”. Outro destaque do disco foi a futurista “Miss Brasil 2000”. Apesar de já conter influências da música disco e do Pop, fruto da participação de Roberto de Carvalho, Babilônia tem sido considerado por muitos como o último disco verdadeiramente de rock de Rita.

Depois do lançamento deste, a banda se desfez. Carlini, insatisfeito com sua posição secundária após a entrada de Roberto de Carvalho, resolve deixar o grupo e leva consigo o nome “Tutti Frutti”, o qual havia sido registrado por ele. Assim, Rita reformulou a banda e colocou na estrada o show “Rita Lee & Cães e Gatos”, nome dado devido às brigas internas durante os ensaios. Esse show deu origem a um dos primeiros álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.

Parceria com Roberto de Carvalho e reconhecimento internacional (1979-1990)

A partir de 1979, Rita e Roberto de Carvalho começam a fazer discos e shows juntos – no formato dupla dinâmica – e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular. Acontecem então espetáculos e diversos especiais para a TV Globo. O primeiro trabalho em disco da dupla Lee/Carvalho foi o álbum Rita Lee, mais conhecido por Mania de Você, de 1979, com os sucessos “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”.

Em 1977, Rita já havia manifestado desgosto pelos radicais do rock e da MPB, dizendo que não se considerava uma roqueira radical.

O disco seguinte, Rita Lee, de 1980 é mais conhecido pelo seu hit “Lança Perfume”. Do repertório, fazem parte canções como (além da própria “Lança Perfume”), “Baila Comigo”, “Nem Luxo Nem Lixo”, “Orra Meu”, “Shangrilá” e “Bem-me-quer”. O Príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.

Em 1981 gravam o álbum Saúde, com a titular “Saúde”, “Atlântida”, “Banho de Espuma”, e “Mutante”.

Rita Lee participou do especial Mulher 80 (TV Globo, 1979). O programa, dirigido por Daniel Filho, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.

Em 1982, Rita lançou Rita Lee e Roberto de Carvalho, com “Flagra”, “Só de Você”, “Vote em Mim”, “Barata Tonta” e “Cor de Rosa Choque”.

Bombom (1983) teve os hits “Desculpe o Auê” e “On the Rocks” e ainda como temas de novelas “Raio X” e “Bobos da Corte”.

Rita e Roberto (1985) troue “Vírus do Amor”, “Yê yê yê” e “Noviças do Vício”. Neste mesmo ano Rita Lee se apresenta na 1ª edição do Rock in Rio, apresentação que marca sua volta aos palcos após dois anos.

Ainda em 1985, Rita participa como uma das juradas do Festival dos Festivais, na qual foi júri ao lado de personalidades como Marcelo Tas e Malu Mader.

Flerte Fatal chega em 1987 com “Bwana”, “Xuxuzinho”, “Brazix Muamba” e “Pega Rapaz”. O álbum precedeu a Tour 87/88 onde Rita se despediu de shows em grandes ginásios, percorreu todo o país, finalizando com shows na Europa e Estados Unidos em 1988.

Zona Zen em veio em 1988 com “Livre Outra Vez”, “Independência e Vida”, “Zona Zen” e “Nunca Fui Santa”.

No fim da década de 1970 e durante todos os anos 80, influenciados pela Disco Music, Rita e Roberto emplacam sucesso após sucesso nas paradas. Rita ainda passa por intervenções cirúrgicas na época: uma devido a calos nas cordas vocais e outra na face, devido a um acidente de carro.

Em 1990, Rita Lee lança o álbum Rita Lee e Roberto de Carvalho, que teve entre suas faixas a música “Perto do Fogo”, uma composição de Rita Lee e Cazuza e também “La Miranda” uma Ode à Carmem Miranda, que foi tema de abertura da Novela Lua Cheia de Amor e “Esfinge”. Após o lançamento do álbum, Rita Lee e Roberto de Carvalho se separam e ambos seguem em carreira solo.

Carreira solo e retorno de Roberto de Carvalho (1991-1999)

Em 1991, Rita separou-se temporariamente de Roberto de Carvalho, profissionalmente, e inicia a bem-sucedida turnê voz-e-vrockiolão Bossa ‘n’ Roll. No mesmo ano, estreou o TVleezão, seu programa na MTV Brasil. Em seguida lança o disco Rita Lee em 1993, dedicado a um ‘n’roll mais purista.

O casal só viria a dividir o palco novamente em 1995, durante a turnê do álbum A Marca da Zorra, foi com essa turnê que Rita Lee abriu o primeiro show dos Rolling Stones no Brasil. Pouco antes de Rita abrir esse show ela deu entrada no hospital por ter misturado calmantes e álcool. No ano seguinte, sob o efeito de barbitúricos, sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, esfacelando seu côndilo maxilar e tendo que passar por uma cirurgia para colocação de pinos de titânio. Os médicos teriam dito que, após o acidente, ela jamais voltaria a cantar. Contudo, depois da cirurgia bem-sucedida e diante da possibilidade de retomar sua carreira, Rita teria se comprometido a largar as drogas e as bebida alcoólicas, o que, segundo uma declaração da cantora ao programa Fantástico (TV Globo), só fez totalmente em janeiro de 2006, depois de procurar ajuda em uma clínica de reabilitação, a qual ela chama de “hospício”, conseguindo frequentar palestras e fazer tratamento, obtendo êxito. Ainda em 1995 a música “Vítima” fez sucesso e foi tema de abertura da novela A Próxima Vítima.

Em dezembro de 1996, Rita, após vinte anos de união conjugal, realizou seu casamento civil com Roberto de Carvalho, passando a assinar Rita Lee Jones de Carvalho.

Em 1997, Rita lança o álbum Santa Rita de Sampa, com “Dona Doida”, que foi tema de abertura da novela Zazá. O álbum possui ainda “Homem Vinho”, uma homenagem para Caetano Veloso.

Em 1998, lança seu Acústico MTV, com a participação de Cássia Eller em “Luz del Fuego”, Paula Toller na canção “Desculpe o Auê”, Titãs em “Papai Me Empresta o Carro” e Milton Nascimento em “Mania de Você”.

3001 e Bossa’n Beatles (2000-2002)

Rita Lee em 2009.

Em 2000, Rita lança o álbum 3001, que teve “Erva Venenosa”, “Pagu” e “O Amor em Pedaços”. O show 3001 ganhou um especial de fim de ano na Rede Bandeirantes e contou com as participações de Caetano Veloso, Zélia Duncan, Paula Toller e Pato Fu.

Logo após 3001, Rita Lee grava um CD com releituras de clássicos dos Beatles. O CD é lançado como Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar, no exterior o nome é mudado para Bossa’n Beatles. A roqueira então inicia a turnê Yê Yê Yê de Bamba, percorrendo todo o Brasil e alguns países da América Latina como a capital Argentina Buenos Aires na qual fez apresentações como na casa de shows Luna Park.

Reza e aposentadoria dos palcos (2010-2016)

Em 2010, Rita iniciou sua nova turnê, que estreou em Belo Horizonte, na qual Rita canta sucessos que ficaram fora de seu repertório por bastante tempo como “Atlântida”, “Vírus do Amor” e “Luz del Fuego”. A cantora também apresentou no show um número em homenagem a Michael Jackson, com a ajuda de Nikki Goulart, um cover do cantor.

O show percorreu várias cidades do Brasil como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além de ter passado pela capital argentina, Buenos Aires, com apresentação no teatro Gran Rex.

No dia 22 de janeiro de 2012, Rita anuncia sua aposentadoria dos palcos em seu show de estreia no Circo Voador no Rio de Janeiro devido à sua fragilidade física: “Me aposento dos shows, mas da música nunca”, explicou a cantora no seu Twitter.

Oficialmente, sua última apresentação que foi no dia 28 de Janeiro de 2012 no Festival de Verão de Sergipe, terminou em polêmica, quando a cantora se revoltou com uma ação policial supostamente agressiva com seu público. Acusada de desacato à autoridade, Rita Lee foi encaminhada a delegacia após o show para prestar depoimento, e liberada em seguida.

No dia 19 de fevereiro de 2012, Rita Lee desfilou no Carnaval 2012 pela escola de samba paulista Águia de Ouro a qual o tema foi a Tropicália, junto com Rita desfilaram cantores do movimento tropicalista como Caetano Veloso, Gilberto Gil, além de cantores como Wanderléia, Cauby Peixoto e Angela Maria. Rita Lee homenageou a atriz Leila Diniz no desfile, vestindo uma réplica do vestido de noiva que Rita pegou emprestada da atriz e nunca devolveu.

Após alguns anos sem gravar CD de músicas inéditas, tendo último sido Balacobaco em 2003, Rita Lee anuncia o lançamento de seu então novo álbum, Reza. No dia 2 de fevereiro de 2012, ela lança “Reza”, o primeiro single promocional de seu novo álbum de mesmo nome. Pouco tempo após seu lançamento, “Reza” ultrapassou o sucesso “Ai, Se Eu Te Pego”, de Michel Teló, no número de downloads do iTunes Brasil, tornando-se a canção mais escutada de 2012. No dia 26 de março, a música “Reza” entrou para a trilha sonora da novela Avenida Brasil da TV Globo. Depois de vários anos sem posar para fotos em ensaios, Rita fez um ensaio para a revista Quem e brincou que “não fazia isso há séculos”.

No dia 4 de novembro de 2012 Rita Lee fez o show que marcou sua volta aos palcos com a apresentação no Green Move Festival, no qual também se apresentaram as bandas Titãs e Jota Quest. Na apresentação, a cantora surpreendeu o público ao abaixar a calça e virar-se para ele.

Aproveitando o gancho do carnaval que vai fazer em Salvador para homenagear os anos 70, a cantora Claudia Leitte apresentou um show durante o Festival de Verão de Salvador com uma homenagem à Rita Lee.

Rita Lee fez um show no dia 25 de janeiro de 2013, no vale do Anhangabaú, show que faz parte da comemoração dos 459 anos da cidade de São Paulo. “Daqui eu não saio”, disse Rita, sobre a cidade onde nasceu. Sobre o show, a cantora comentou: “Com esse show abre-se a celebração de meus 50 anos trabalhando com música; participei de algumas bandas; tenho trezentas composições; já fiz 1 bilhão setecentos e dezenove milhões e setenta mil shows; entre outros figurinos já me vesti de noiva, boba da corte, presidiária e Nossa Senhora Aparecida; há 36 anos sou casada com Roberto de Carvalho meu maior parceiro musical e pai dos meus 3 filhos”. Em abril de 2013, Rita concede uma rara e franca entrevista a revista Marie Claire, em que diz que o grande tabu da mulher atual é o envelhecimento. “Para envelhecer com dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!”

Em março de 2014, Rita decide deixar de pintar os icônicos cabelos vermelhos e assumir os fios grisalhos. “Quero ficar anônima”, diz ela.

Em 2014, Rita Lee foi homenageada com um musical de teatro “Rita Lee Mora ao Lado”, baseado no livro homônimo de Henrique Bartsch e estrelando Mel Lisboa como Rita. Lee, que quase nunca sai de casa, foi assistir ao musical e elogiou a performance de Mel, que caiu no choro ao ver a cantora na plateia. Mel Lisboa ainda ganhou o prêmio QUEM de melhor atriz de teatro de 2014 por interpretar a rainha do rock. Emocionada, ela fez o discurso chorando ao assistir a um vídeo de Rita, durante a premiação, a parabenizando pela conquista.

Box e autobiografia (2015-presente)

Em 27 de novembro de 2015, chegou as lojas, um box com 20 CDs da carreira de Rita Lee e mais um CD com raridades.

Em 2016, foi lançada sua autobiografia Rita Lee: uma autobiografia (Globo Livros). O lançamento foi em São Paulo. Ela concedeu uma rara entrevista sobre o livro e sobre sua vida mais reclusa: “O maior luxo da vida é dar amor aos bichos e ter uma horta” Além de se tornar um dos títulos mais vendidos do país, o livro coleciona críticas elogiosas. Por causa do livro, Rita foi agraciada pela APCA como melhor autora de 2016 e também pelo Grande Prêmio da Critica, pelos serviços prestados à música.

Em 2021, foi lançada “Change”, canção com parceria de Roberto de Carvalho e Gui Boratto e sua primeira música inédita em 8 anos. A faixa integrou a trilha sonora da novela Um Lugar ao Sol.

Em maio de 2021, Rita foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo. Em abril de 2022, anunciou-se que, após tratamento, a cantora estava curada da doença.

Outros trabalhos

Rádio

Depois do rompimento de seu contrato com a Som Livre, em 1986, Rita dedica-se, com a parceria do amigo escritor Antonio Bivar, a um programa de rádio, Rádio Amador, que escreve e apresenta, adotando o nome Lita Ree, e interpreta vários personagens. (35 Programas Radiofônicos semanais apresentados em São Paulo e Rio de Janeiro).

Ficção

Entre 1986 e 1992, escreveu quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Dr. Alex. Em 2013, publicou o livro Storynhas, ilustrado por Laerte.

  • Dr. Alex (1986)
  • Dr. Alex e os Reis de Angra (1988)
  • Dr. Alex na Amazônia (1990)
  • Dr. Alex e o Oráculo de Quartz (1992)
  • Storynhas (2013)
  • Dropz (2017).
  • Amiga Ursa – Uma história triste, mas com final feliz (2019)

 

Autobiografias

  • Rita Lee: uma autobiografia (2016)
  • FavoRita (2018)

Televisão

Rita participou das novelas globais como Top Model, Vamp, Celebridade e Ti Ti Ti e do sitcom Sai de Baixo. Além de ter sido uma das apresentadoras do programa Saia Justa e ter apresentado os programa TVLeeZão e Madame Lee.

Em Os Trapalhões (1977) interpretou uma fotógrafa num concurso de miss.

Em Top Model (1989), escrita por Walther Negrão e Antônio Calmon, Rita era Maria Regina, a esotérica Belatrix, uma das ex-mulheres do surfista Gaspar, interpretado por Nuno Leal Maia.

Em Vamp (1991) (também escrita por Calmon), Rita era a roqueira-vampira Lita Ree, amiga da protagonista Natasha, interpretada por Cláudia Ohana, num show fictício, dentro da novela, Cláudia e Rita, Natasha e Lita respetivamente, cantaram juntas o grande sucesso Doce Vampiro.

Ainda no anos de 1991, Rita teve um programa na MTV Brasil intitulado TVLeeZão.

Em 1997, participou do sitcom Sai de Baixo no episódio “Presepada de Natal”, Rita era Scarlet Antibes, uma prima de Caco Antibes, interpretado por Miguel Falabella.

Em abril de 2002, passa a co-apresentar o programa de televisão Saia Justa, no canal pago GNT (Globosat), ao lado de Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young, Rita se despediu do programa em maio de 2004.

Em Celebridade (2003) Rita fez uma participação especial como ela mesma e contracenou com Maria Clara, interpretada por Malu Mader.

De setembro a dezembro de 2005, comandou, ao lado do marido Roberto de Carvalho, o talk-show Madame Lee também no no canal pago GNT.

Em maio de 2010, Rita Lee é convidada pelo diretor global Jorge Fernando para regravar seu sucesso de 1985, TiTiTi. A música foi usada na abertura do remake da novela Ti Ti Ti no horário das 19 horas. Rita Lee fez uma participação no último capítulo da novela, fazendo um show, cantando a música de abertura da novela.

Em 2017, participou do documentário Laerte-se, da Netflix.

Saúde

Em 20 de maio de 2021, ao realizar um exame de saúde de rotina, foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo, aos 73 anos de idade.

Em 11 de abril de 2022, os exames recentes feitos pela artista já não detectaram mais a presença do tumor em seu organismo

Discografia