Meu Pedacinho de Chão – 1971

Abertura da Novela

Meu Pedacinho de Chão é uma telenovela brasileira, coproduzida e exibida simultaneamente pela TV Cultura e pela Rede Globo, entre 16 de agosto de 1971 6 de maio de 1972, em 185 capítulos. Foi a 1ª “novela das seis” exibida pela Rede Globo, sendo sucedida por Bicho do Mato. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, com colaboração de Teixeira Filho, contou com a direção geral e de núcleo de Dionísio de Azevedo. Foi reapresentada pela TVE Brasil em 1977.
Em 1983, Benedito Ruy Barbosa usou alguns personagens de Meu Pedacinho de Chão para estrelar sua novela Voltei pra Você. As crianças Serelepe, Pituca e Tuim (Aires Pinto, Patrícia Aires e Pelezinho) reapareciam adultos, vividos por Paulo Castelli, Cristina Mullins e Cosme dos Santos, respectivamente.
Foi reprisada entre 15 de julho de 1974 25 de abril de 1975, sendo substituída por A Patota. Foi a primeira reprise da tarde da emissora sem nenhuma caracterização.

Informações Gerais

Formato – Telenovela
Gênero – Romance/drama
Duração – 50 minutos
Criador(es) – Benedito Ruy Barbosa
País de origem – Brasil
Idioma original – Português
Diretor(es) – Dionísio de Azevedo
Tema de abertura – “Meu Pedacinho de Chão”, Cleston Teixeira
Emissora original – Brasil TV Cultura / Brasil Rede Globo
Formato de exibição – Preto e branco
Transmissão original – 16 de agosto de 1971 – 6 de maio de 1972
Episódios – 185
Programas relacionados – Voltei pra você / Meu Pedacinho de Chão (2014)

Produção

A produção foi realizada pela TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta, gravada em seus estúdios, localizados na Água Branca, em São Paulo, SP. Grande parte de suas cenas externas foram gravadas em duas fazendas do município de Itu, em São Paulo. Ao assumir o governo de São Paulo, Laudo Natel convidou Benedito Ruy Barbosa para exercer o cargo de assessor especial do governo na presidência da TV Cultura. Assim, Benedito teve a oportunidade de escrever essa novela rural e educativa. Benedito declarou: “A proposta de Pedacinho foi mostrar o problema do homem do campo, ensiná-lo sobre as doenças (tracoma, tétano, verminose), levá-lo para uma sala de aula, dar-lhe melhores condições de higiene e, ao mesmo tempo, mostrar o interesse das classes patronais (fazendeiros e autoridades) pelo camponês analfabeto, sem questionar nunca sua miséria e seus problemas.
Como esse foi o período de desenvolvimento do Mobral, eu tentei com Pedacinho ajudar esse projeto de ensino no qual, na época, eu acreditava”. Benedito chegou a escrever cinco capítulos num dia, datilografando em sua antiga máquina de escrever. Ainda segundo Benedito, a novela enfrentou problemas com a censura da época na cena em que um personagem tocava violão e cantava o Hino Nacional Brasileiro para os caboclos. Depois disso, um aluno cantava o hino da escola, tendo a bandeira do Brasil estendida sobre a mesa. A censura cortou essas cenas, alegando que “o hino brasileiro não podia ser cantado naquele ambiente e que a bandeira só podia aparecer em cenas especiais”. O projeto para a novela veio de uma pesquisa de marketing que apontou o formato de telenovela como a melhor forma de atingir o grande público.
A história era um drama rural e transmitia ensinamentos úteis aos trabalhadores e à população do campo. Os autores contavam com informações fornecidas pelas secretarias municipais de Agricultura e Saúde para escrever sobre vacinação, desidratação infantil, higiene e técnicas agrícolas. Com o desenvolvimento do Movimento Brasileiro de Alfabetização, na época a novela também abordou o problema do analfabetismo no campo, levando personagens adultos às salas de aula. A menina Patrícia Aires (filha do ator Percy Aires, que também estava no elenco), vinha do sucesso da novela A Pequena Órfã, produzida em 1968 pela TV Excelsior.

Enredo

trama conta a história da professora Juliana (Renée de Vielmond), que chega à fictícia vila de Santa Fé para lecionar para crianças e se depara com um povo humilde e acuado com os desmandos do coronel Epaminondas (Castro Gonzaga), um homem arrogante que resolve tudo com gritos e armas, e que dita as regras na região. A professora conhece o amor altruísta do peão Zelão (Maurício do Valle), sempre disposto a protegê-la do assédio de Fernando (Ênio Carvalho), filho do coronel, um playboy mau-caráter que voltou da capital, onde gastou todo o dinheiro que o pai lhe mandara para os estudos. Em meio à guerra que se forma no vilarejo, as crianças Pituca (Patrícia Aires), Serelepe (Ayres Pinto) e Tuim (Pelezinho) vivem suas aventuras em um mundo à parte, longe das preocupações e interesses dos adultos. A menina Pituca é Liliane, filha mais nova do coronel Epaminondas. E os meninos Serelepe e Tuim são agregados na fazenda, e, por essa razão, o coronel não vê com bons olhos amizade pura entre sua filha e os dois garotos.

Exibição

A telenovela inaugurou o horário das seis da Rede Globo, que permanece até hoje, no dia 16 de agosto de 1971. A trama durou até o dia 6 de maio de 1972, sendo substituída por Bicho do Mato, de Chico de Assis e Renato Corrêa e Castro, totalizando 185 capítulos.

Remake

Em 2014 a Rede Globo realizou uma nova versão da telenovela sob o mesmo título no horário das 18 horas da emissora. O autor da original, Benedito Ruy Barbosa, assinou o remake, com co-autoria de Edilene e Marcos Barbosa. A trama estreou em 7 de abril de 2014, substituindo Joia Rara. No elenco da trama estiveram nomes como Bruna Linzmeyer, Irandhir Santos, Johnny Massaro, Juliana Paes, Osmar Prado, Rodrigo Lombardi, Antônio Fagundes, Bruno Fagundes, Inês Peixoto e Emiliano Queiroz, com o elenco mais reduzido e com os figurinos cenários mais fictícios para dar o sentido literal da obra, dando a evasão da realidade.

Elenco

  • Renée de Vielmond – Juliana Alves
  • Maurício do Valle – José Aparecido Menezes (Zelão)
  • Ênio Carvalho – Fernando Napoleão
  • Castro Gonzaga – Coronel Epaminondas Napoleão
  • Cacilda Lanuza – Maria Helena Napoleão
  • Janete Pires – Regina Falcão (Gina)
  • Patrícia Aires – Liliane Napoleão (Pituca)
  • Ayres Pinto – José Augusto da Silva (Serelepe)
  • Pelezinho – Renato da Silva (Tuim)
  • Renato Consorte – Giácomo Brunneto
  • Ione Borges – Rosa de Freitas (Rosinha)
  • Leonor Lambertini – Joana Menezes (Mãe Benta)
  • Dionísio Azevedo – Furgêncio Falcão
  • Maria Aparecida Alves – Tereza Falcão (Tiê)
  • Canarinho – Rodapé
  • Hemílcio Fróes – Prefeito das Antas
  • Carlos Castilho – Janjão Escavadeira
  • Nilson Condé – Renato Batista Júnior
  • Marilena de Carvalho – Amância
  • Percy Aires – Padre Santo
  • Renato Consorte –  Tuísca
  • Luís Carlos Arutim – Geleia
  • Sílvia Leblon – Milita
  • Lourdinha Felix – Reyna
  • Claudinho Cunha – Piteco
  • Flora Geni – Romaria
  • Isaac Bardavid – Jorjão
  • Cleston Teixeira – Sérgio
  • Xandó Batista – Xexênio
  • Jorge Cherques – Xanguana
  • Edmundo José Nogueira – Quintino

Trilha sonora

  1. Meu Pedacinho de Chão” (Cleston Teixeira) – Cleston Teixeira
  2. Tema da Professorinha” (Carlos Castilho e Cleston Teixeira – Cleston Teixeira
  3. “Canto de Amor de Juliana” (Cleston Teixeira e Teixeira Filho) – Wilson Miranda
  4. “Tema do Zelão” (Cleston Teixeira e Teixeira Filho) – José Milton

Compacto duplo gravado e lançado pela RCA Victor, direção musical de Carlos Castilho.

Fotos da Novela

Meu Pedacinho de Chão - 1971
Professora Juliana – Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Personagem Pituca – Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971
Meu Pedacinho de Chão - 1971
Meu Pedacinho de Chão – 1971

Fontes / Referências: WikipédiaImdb e busca do site Imagoi.